• Agenda
  • Atrativos
    • Religiosos
    • Culturais
    • Ecoturismo
    • Experiência Fotográfica em Ouro Preto
    • Passeio Turístico E Cultural
  • Guia Comercial de Ouro Preto
  • A CIDADE
    • Apresentação
    • Dados Gerais
    • Como Chegar
    • Telefones Úteis
    • Distritos
  • Hospedagem
    • Hotéis e Pousadas em Ouro Preto
    • Pousadas em Cachoeira do Campo
    • Pousadas em Lavras Novas
    • Hotéis e Pousadas em Santo Antônio do Leite
    • Hostels em Ouro Preto
    • Casa de Hospedagem
    • Outros 1
  • Onde Comer
    • Restaurantes em Ouro Preto
    • Onde comer em Lavras Novas
    • Cafeterias, Chocolates e Cafés Especiais
    • Pizzarias em Ouro Preto
    • Sanduíches em Ouro Preto
    • Restaurantes em Cachoeira do Campo
    • Salgaderia
    • Onde Comer em Casa Branca - Glaura
    • Bares, Cafés e Chocolates
  • Canais
  • Livro de Visitas
  • Multimídia
    • Fotos
    • Vídeos
  1. Início
  2. Distritos de Ouro Preto
  3. Glaura - Casa Branca

Glaura - Casa Branca

Origens e História

Concordam os historiadores com a informação de Diogo Vasconcelos (História Antiga de Minas Gerais, de 1901) que o primitivo arraial de  Casa Branca surge em 1700/1701 por decorrência do “flagelo da fome” experimentado por toda a região de Vila Rica e de Vila de N. S. do Ribeirão do Carmo (Mariana). Populações inteiras, movidas pela fome, dedicadas apenas à febril corrida pelo ouro,  dispersaram-se em busca de terras mais férteis para o plantio e fundaram os arraiais de Cachoeira do Campo, São Bartolomeu, Amarantina, Acuruí  (Rio de Pedras), Casa Branca e muitos outros. E, ao lado das novas roças, pesquisaram os ribeirões e em alguns locais acabaram por encontrar algum ouro. Logo tornaram-se arraiais e “paragens” dos caminhos que foram interligando as vilas mais prósperas da região das “Minas do ouro”, nome da Capitania criada em 1709, ainda junto com São Paulo.  Próximo do Rio das Velhas, que corre ao lado da Serra do Espinhaço (nome dado por Wilhelm Ludwig, Barão de Eschwege, mineralogista alemão que viveu em Vila Rica de 1811 a 1821, porque parece a espinha dorsal de Minas; denominada Capanema na região, divisora de águas dos Rios São Francisco e  Doce), o arraial prosperou como caminho de viajantes e tropeiros que vinham de Vila Rica para  Comarca do Rio das Velhas (Sabará), passando por Rio Acima e Nova Lima.

O caminho, um dos mais antigos de Minas, já existia por volta de 1700 e saia de Vila Rica pela região do Passa Dez, seguindo pela vertente da serra, margeia um pequeno povoado chamado Chapéu de Sol, passa pelo Chafariz de Dom Rodrigo (dom Rodrigo José de Menezes, governador-geral da Província), construído em 1786,  bifurca para   São Bartolomeu ou Glaura,  de onde segue para o atual povoado de  Soares (nome herdado de Antônio Soares, primeiro morador da região),  atravessa o Rio das Velhas em Ana de Sá (nome de proprietária de antiga fazenda),  alcança Acuruí,  Santo Antônio do Rio Acima, Honório Bicalho, Mina de Morro Velho e Vila Nova  de Lima (Nova Lima), Raposos e Sabará, trechos antigos da Estrada Real. Duas famílias, pioneiras na ocupação do arraial, aparecem nos primeiros documentos: a de Baltazar de Godoy e os Figueiredo Neves. Desde o Século XVIII e até por volta de 1950, foi passagem e descanso para viajantes e tropeiros que faziam o abastecimento e o comércio entre Sabará, Rio Acima e Nova Lima e Vila Rica.

 Com o nome de Santo Antônio do Campo de Casa Branca, o arraial já possuía capela em 1719  (Rev Arquivo Público Mineiro - XIII, 85). A atual matriz de Santo Antônio foi edificada de 1758 a 1764 (data gravada na cruz do frontispício), mandada construir  pela Irmandade do Santíssimo Sacramento, tendo como mestre de obras Francisco de Lima Cerqueira, que participou de importantes construções religiosas em Minas, entre elas as Igrejas do Carmo e São Francisco de Ouro Preto e São João del-Rei e do Santuário de Congonhas do Campo. Integra o grupo das grandes matrizes mineiras, estilo jesuítico, retilíneo, imponente, com alto frontão e duas torres sineiras e estrutura de alvenaria de pedra. Internamente, a ornamentação concentra-se nos altares e retábulos, barrocos, da primeira fase, estilo Dom João V. É tombada, desde 1962, pelo IPHAN,  e inscrita no Livro de Belas Artes.

Pelo Decreto-Lei 1.058, de dezembro de 1943, da Câmara de Ouro Preto, passou a chamar-se Glaura, em homenagem a Manoel Inácio da Silva Alvarenga, nascido em Ouro Preto (1749/1814). Poeta, integrante da Escola Mineira, arcadista, revolucionário (preso, a partir de 1796, por quase três anos, acusado de conspiração contra a Coroa), formado em Coimbra, viveu a maior parte de sua vida no Rio de Janeiro. Silva Alvarenga tem uma longa e movimentada história, que merece ser lida, com destaque para a modernidade do seu pensamento político, de cunho iluminista, e a liderança que exerceu nos meios intelectuais do Rio de Janeiro, através especialmente de um clube literário de que foi o principal inspirador e que o levou à prisão.  Glaura é um  poema de exaltação à rica natureza brasileira, sua flora e fauna, narrada por um pastor no estilo idílico dos árcades.

Com alguma atividade mineratória,  próximo  às margens do Rio das Velhas, e dedicando-se à produção agropecuária para abastecimento à região das minas, Casa Branca prosperou pela primeira metade do Século XVIII. Mas, com a decadência de Vila Rica, com a exaustão das minas e especialmente com a opção por outras estradas, passou por longo período de estagnação, em especial no Século XIX, o que assegurou sua relativa conservação como antiga vila, de aspecto colonial e casas antigas. Passaram por Glaura vários personagens e viajantes ilustres. Dom Pedro I, em 1830 e Dom Pedro II, em 1881, o viajante e sábio naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire (1817), o naturalista inglês Richard Burton (1868), e muitos outros. Dom Pedro II registrou no seu Diário de Viagem a Minas, em 1881, publicado pelo Museu Imperial de Petrópolis, que dormiu uma noite no arraial de Casa Branca, vindo de Ouro Preto e Cachoeira do Campo e seguindo para Morro Velho e Sabará.

De Glaura a Soares, na linha do horizonte está a Serra do Capanema, denominação indígena, significando “serra de mato ralo”, em tupi-guarani. O nome foi adotado pelo Barão de Capanema, Guilherme Schuch, nascido na Fazenda Timpopeba (Distrito de Antônio Pereira) em 1824 e falecido no Rio em 1908 e que implantou fazenda no sopé da Serra, até hoje existente, na região da Área de Proteção Ambiental do Uaimii, hoje pertencente à Vale. Engenheiro, mineralogista, realizou pesquisas e deixou vários trabalhos científicos. Foi amigo de dom Pedro II.  Seu pai, Rochus Schuch, austríaco, veio para o Brasil em 1817 com a Missão Científica Austríaca que acompanhou a princesa Leopoldina de Habsburgo, filha do rei Leopoldo I, da Áustria,  que casou-se  com dom Pedro I. Foi professor de dom Pedro II.

Nos nossos dias, distante 73 km de Belo Horizonte e 22 de Ouro Preto, Glaura começa a tornar-se destino turístico para os que fogem da grande cidade e buscam a vida rural, lazer e descanso, Turismo Ecológico e de Aventuras, necessitando de medidas de proteção compatíveis com  sua preservação neste novo tempo de  sua tricentenária existência. Está prevista para 2011 a implantação do Aeroporto Regional dos Inconfidentes na região entre Glaura e Cachoeira do Campo, pelo Governo do Estado. Em junho de 2009 inaugurou-se a Pousada Encanto de Glaura, em Soares. E a Secretaria de Estado de Turismo implanta o projeto Trilha Real, no trajeto de Acuruí a Glaura da Estrada Real.

 

Texto: Mauro Werkema (2009)

Agenda
Atrativos
Guia Comercial de Ouro Preto
A CIDADE
- Apresentação
- Dados Gerais
- Como Chegar
- Telefones Úteis
- Distritos
Canais
Livro de Visitas
Multimídia
- Fotos
- Vídeos