BOM DIA OURO PRETO!
Maria Ângela de Paula
“Bom dia, com todo respeito ao Rio de Janeiro, eu digo que a cidade maravilhosa é aqui!”
Ângela é Ouro-pretana da gema, nascida na Praça da Estação. Seu avô foi um conhecido carroceiro que fazia entrega de encomendas nas casas. Seu pai, João Evangelista de Paula, conhecido como Tiziu, foi um dos sacristãos mais dedicados a Paróquia do Pilar. Sua mãe, Efigênia, é natural de caeté, mas foi criada aqui pela família Badini. Ângela tem cinco irmãos: Celso, Fernando, Ronaldo, Maria Lúcia e Luis César. Ela nos conta que sua vida foi sempre muito boa, com uma infância muito feliz e acha que isso veio dos seus pais, especialmente do seu pai, pois ela perdeu a mãe muito cedo. Estudou o fundamental na Escola Tomás Antonio Gonzaga e depois foi para o antigo Polivalente onde se formou em contabilidade. “Muito cálculo não condiz com minha pessoa”, ela conta, e foi para a Fundação de Arte de Ouro Preto-FAOP estudar conservação e restauração de obras de arte: “eu cresci vendo o meu pai sempre cuidando da Matriz do Pilar. Ele nos levava aos sábados para ajudar a varrer, tirar a poeira e ouvir as histórias que ele sempre contava...acho que isso despertou a minha curiosidade pela arte, pela história, enfim, a ser o que sou hoje”. Ela é também funcionária da Paróquia com um grande apoio, como faz questão de citar, do Carlos José Aparecido,o Caju, e do Padre Simões. Lá ela faz um trabalho permanente de conservação dos bens da Igreja. Sobre o que mais gosta de fazer em Ouro Preto, sobretudo agora no horário de verão, é passear as tardes pela cidade em um estado de “contemplação” como diz. Gosta também de sair com os amigos, mas avisa, tem que ser um lugar tranqüilo onde se possa conversar e ouvir as outras pessoas. Para alguém que deseja seguir a sua profissão ela aconselha: ”seja criterioso, porque conservador não é artista. É preciso ter cuidado ao interferir numa obra que não é sua”. Ela termina o nosso papo falando do seu gosto por morar em Ouro Preto, nunca morou fora. Reside na Vila Aparecida e ama quando a família pode ficar reunida: “é só gargalhadas de uma família feliz!”. Bom dia Ângela e obrigado por atender de forma tão simpática o nosso convite.