Um poema de Alda Stutz abre a biografia do livro que rende homenagem ao compositor Marco Antônio Araújo, de Paulo Roberto de Andrade. O lançamento será em agosto no Festival Tudo é Jazz, em Ouro Preto.
Marco Antônio Araújo era um compositor genial, violonista, guitarrista e violoncelista que misturava o erudito ao rock com pitadas de música barroca mineira.
A família dele era nossa vizinha “de muro” em Belo Horizonte, morávamos na rua Gonçalves Dias, entre Afonso Pena e Getúlio Vargas, perto da Praça ABC. Nossas famílias sustentavam (e aqueles que ficaram ainda sustentam) laços de amizade inquebráveis. O filho mais velho de Dona Lígia e Seu Miguel, irmão de Paula e Alexandre, vivia lá em casa. Lembro que minha mãe reconhecia em Marco Antônio um raro e enorme talento musical e, em contrapartida, ele foi o primeiro a incentivá-la a publicar seus poemas. Foi em 1977 que eles ganharam juntos o 5º Salão Global de Inverno em Belo Horizonte, com o audiovisual “Partida”, um poema de Alda com música de Marco e fotografias de José Luiz Pederneiras.
Foi em 6 de janeiro de 1986, dia de Reis, que a notícia de sua morte caiu como uma bomba. A tragédia aconteceu um dia antes dele receber o Prêmio Veja de melhor músico instrumentista brasileiro.
Em sua homenagem, o BDMG Cultural criou o Prêmio Marco Antônio Araújo, que consagra o melhor álbum instrumental, autoral e de produção independente.
Nino Stutz, Ouro Preto, maio de 2023