O "Corredor Cultural - Entre Jacubas e Mocotós" ocupa as ruas do centro histórico de Ouro Preto aos domingos entre os meses de maio e setembro.
O projeto tem o objetivo de incentivar o comércio, o turismo e o artesanato local, sendo uma forma de gerar renda e promover a prática de atividades de lazer, cultura e entretenimento na cidade. As ruas São José e Getúlio Vargas, no bairro Centro, e as ruas Bernardo de Vasconcelos, Aleijadinho e Praça Antônio Dias, no bairro Antônio Dias, serão interditadas entre 10 e 20h, para trânsito de veículos e estacionamento de forma alternada entre ambos os bairros, de todos os domingos do dia até o dia 29 de setembro, para dar espaço para música ao vivo, gastronomia, artesanato e artistas de rua.
Sobre Jacubas e Mocotós
Há muitas lendas e anedotas sobre os Jacubas e Mocotós. Porém, algumas versões são mais aceitas, segundo a tradição oral. Conta-se que desde o século XVIII há uma rivalidade entre os moradores dos bairros Antônio Dias e Pilar, tendo começado com a disputa entre as irmandades das referidas paróquias na construção das igrejas e capelas mais suntuosas para seus santos de devoção.
Entretanto, essa rixa teria sido acentuada nos anos finais do século XIX, com a escassez do ouro, poucos alimentos na região da antiga Vila Rica e a mudança da capital para Belo Horizonte. Dessa forma, os moradores do bairro Antônio Dias, para se alimentarem, preparavam um caldo ralo, salgado ou doce, engrossado com fubá. Essa pasta era chamada de “Jacuba”. Como consequência, os moradores pobres do bairro foram apelidados pelos habitantes do Pilar de “Jacubas”.
Da mesma forma, no Pilar, conta-se que, naquele período, havia um matadouro, onde eram abatidos bois e porcos. Os moradores menos favorecidos daquele bairro catavam as partes menos nobres desses animais, como as canelas e os pés, extraíam o “mocotó” e faziam dele um caldo para se alimentarem. Assim, os habitantes Antônio Dias os apelidaram de “Mocotós”. Essa rivalidade por vezes foi levada a sério, sendo, por exemplo, proibida as amizades e os namoros entre “Jacubas” e “Mocotós”.