A cidade histórica de Ouro Preto comemorou, no dia 5 de setembro, 35 anos como Patrimônio Cultural da Humanidade. O título, concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), em 1980, destaca a autenticidade, a integridade e a originalidade do panorama urbano da antiga Vila Rica.
Considerando esse universo, somado a que se comemora, em 2015, o ano jubilar do tricentenário da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) realiza, em parceria com a Semana Nacional de Fotografia e com o “Fotógrafos em Ouro Preto”, o projeto Patrimônio na Fonte.
O projeto Patrimônio na Fonte é uma ação idealizada pela Fundação Cultural Mundéu como um desdobramento das ações do Encontro Nacional de Fotografia. O projeto é pensado como uma grande exposição a céu aberto, que busca homenagear a cultura dos negros que legaram grande parte do patrimônio material e imaterial da cidade, exatamente na data que em que se celebra o título conferido pela UNESCO à Ouro Preto.
O projeto abrangerá todo o centro histórico, sendo que as intervenções artístico-culturais serão realizadas nos canteiros de obra dos chafarizes em processo de restauro, utilizando os tapumes de isolamento como suporte para a ação.
Este circuito artístico funcionará, ainda, como dispositivo de educação patrimonial: junto a cada um dos chafarizes será criado um quadro com as histórias e curiosidades referente às fontes de água no Caminho Tronco, a partir do qual se construiu a cidade, além de informações sobre o processo de restauro e sobre as obras do Programa PAC Cidades Históricas em Ouro Preto.
Enfim, os tapumes darão lugar a uma grande exposição fotográfica com o tema “identidade e cultura negra”, por meio da divulgação de práticas e afazeres cotidianos e manifestações artísticas, folclóricas e religiosas afrodescendentes. O projeto Patrimônio na Fonte busca fortalecer o reconhecimento do significado desse patrimônio às gerações presentes e futuras, ao mesmo tempo em que valoriza a restauração realizada nos chafarizes, integrando essas obras em um circuito de arte, que promove a cidade como galeria a céu aberto.