Dezesseis projetos audiovisuais, entre seriados e longas-metragens, receberam juntos, do Governo de Minas, R$ 1,5 milhão em prêmios, com verbas da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig). Por meio do Programa de Desenvolvimento do Audiovisual Mineiro (Prodam), foram selecionadas propostas nas categorias ficção, animação e documentário.
O prêmios foram entregues, ontem no Palácio da Liberdade. “Estamos premiando projetos que, depois, vão virar roteiros e, se tudo correr bem, vão virar produtos finais de uma indústria importante que é a do audiovisual. É o que nós chamamos de economia criativa, esse conceito que está se disseminando”, afirmou o governador.
Criativos
“Minas Gerais sempre se destacou pela capacidade intelectual e criativa. Antigamente, na literatura e nas artes – mas, agora, com os olhos postos nessa nova economia, nesse futuro que está vindo aceleradamente. É por isso que nós estamos investindo tanto e fazendo a aplicação de recursos da Codemig na economia criativa”, destacou o governador sobre a parceria com a Companhia de Desenvolvimento.
De acordo com Pimentel, os investimentos nessa área são importantes para o governo. “Estamos usando recursos para apostar no empreendedorismo cultural das atividades da economia criativa, naquilo que vai ser o futuro. Estamos dando um passo importantíssimo em direção ao que queremos, criando mecanismos tais quais os que estamos entregando”, completou Pimentel.
Mobilização
O concurso teve a participação de 216 propostas, ante 137 recebidas na edição anterior do programa. Os investimentos no audiovisual têm mobilizado e beneficiado um número crescente de produtores mineiros.
As propostas do Edital de Desenvolvimento de Roteiros foram analisadas por duas comissões técnicas: uma que avaliou os projetos de longas-metragens e outra para séries de TV
Participaram das equipes, representantes da sociedade civil, da Secretaria de Estado da Cultura, Rede Minas, Codemig, Sebrae, BNDES, Câmara da Indústria do Audiovisual da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e Brasil Audiovisual Independente.
Valores
Para os quatro longas de ficção vencedores, foram destinados R$ 100 mil/cada. A categoria animação contemplou dois projetos, também com R$ 100 mil/cada. Os dois documentários premiados receberam R$ 50 mil, individualmente.
As quatro séries de ficção, duas de animação e outros dois documentários, receberão R$ 100 mil/cada.
Programa auxilia o desenvolvimento do audiovisual em Minas
Lançado em maio de 2016, o Prodam reúne representantes de instituições privadas, setoriais, órgãos e entidades da administração pública direta e indireta de Minas Gerais. A rede de cooperação atua como um elo de forças em prol do impulso à formação, produção, distribuição, exibição e preservação do audiovisual mineiro, colocando em uma mesma direção ações diretas e dinâmicas com todos os atores atuantes.
Para o presidente da Codemig, Marco Antônio Castello Branco, este foi o primeiro passo para a conclusão dos trabalhos que irão chegar até os mineiros.
“Realizar um projeto audiovisual, seja uma série de TV ou um longa, constitui-se no primeiro desafio que o empreendedor desse setor precisa superar para alcançar o objetivo de chegar até o espectador, com imagens e sons capazes de despertar nele emoções que o levem a refletir”, disse.
O secretário de Estado de Cultura, Ângelo Oswaldo, explicou que o prêmio faz parte da consolidação de uma política mais ampla para desenvolver o audiovisual mineiro.
“O programa procurou conectar todas as entidades, organizações, tanto públicas quanto privadas, que possam contribuir para o desenvolvimento efetivo do audiovisual em Minas e, com isso, nós estamos colhendo resultados. Nunca houve isso no Estado, um investimento prioritário no audiovisual”, ressaltou.
Ineditismo
O cineasta Helvécio Ratton foi um dos premiados do programa. “Apesar da crise econômica, com a maioria dos governos cortando investimentos em cultura, o Governo de Minas, ao contrário, vem fomentando o audiovisual e colocando o cinema como um dos pilares mais decisivos da chamada economia criativa. Nunca tivemos uma política verdadeira para o setor, eram quase sempre iniciativas pontuais”, disse, representando os demais premiados.
Projetos contemplados no Edital para Desenvolvimento de Roteiros:
CATEGORIA LONGA-METRAGEM – FICÇÃO
“Casa de Alvenaria”, Filmes de Plástico – Retrata a vida de uma famosa escritora negra brasileira à época do lançamento do primeiro livro, em 1960.
“O Silêncio das Ostras”, Tempero Filmes – A solidão de uma menina de 11 anos que vive numa área de mineração, onde tem que aprender a lidar com perdas.
“Não Abuse”, Quimera Filmes – A história de uma garota que foi abusada sexualmente pelo padrasto, o enfrentou e deu a volta por cima.
“Norma”, Entre Filmes – Norma acompanha a personagem-título durante os cinco dias mais turbulentos de sua vida, quando tem que lidar com vários problemas.
CATEGORIA LONGA-METRAGEM – DOCUMENTÁRIO
“Welles em Ouro Preto”, Laura Gontijo de Godoy – O projeto se debruça sobre a lendária passagem do cineasta americano Orson Welles por Ouro Preto, em 1942.
“Coração da Terra – Yvy Mbytere”, José Guilherme Cury Pansanato – Percorre algumas aldeias para reconstruir, através da memória dos sábios Guarani, o território que eles chamam de “coração da terra”.
CATEGORIA LONGA-METRAGEM – ANIMAÇÃO
“Minas de Todo Delírio”, Tânia Cristina Cançado Anaya – A comédia histórica, realizada em animação em modelagem, retrata um improvável casal: Chica da Silva e João Fernandes de Oliveira.
“Orquestra Vazia”, Maria Leite Fontes – A obra acompanha Luíza, uma mulher que busca, nos agitos da noite, respostas para suas angústias.
CATEGORIA OBRA SERIADA DE FICÇÃO
“A Santa do Bordel”, Pedro Carvalhaes Vieira – Numa conservadora cidade mineira, uma carola, que sonha virar santa, herda um bordel.
“Cores da Cidade”, Lumiart – Durante suas viagens pelo interior de Minas, o palhaço Charlie e a disfuncional família circense lutam para manter vivo o tradicional circo.
“Até Prova em Contrário”, Dromedário Cinema e Vídeo – Dois homens de origens e trajetórias bem distintas travam uma batalha em busca de justiça.
“Desativados”, Fernanda Correa de Araujo – Durante as filmagens em um hospital psiquiátrico desativado, a equipe de jornalistas é transportada ao passado e, agora, são os pacientes.
CATEGORIA OBRA SERIADA DE DOCUMENTÁRIO
“Brasil Hip Hop”, Sabotage Filmes – Dez episódios registram e revelam a força deste movimento artístico no país e potencializam a produção do Hip Hop atual.
“Falcoaria – Missão Brasil”, Bezouro Comunicação Cine Video – Por meio do personagem Kadu, falcoeiro e biólogo, a série aborda o universo da falcoaria no Brasil.
CATEGORIA OBRA SERIADA DE ANIMAÇÃO
“Cosmo, O Cosmonauta”, Solo Filmes Eireli – A série infantil traz as aventuras intergalácticas de Cosmo, um garoto que deseja ter um animal de estimação.
“Cabeça de Ovo”, API Produções Artísticas e Audiovisuais – Cabeça de Ovo é um garoto introspectivo, mas seus problemas do dia-a-dia se tornam aventuras inimagináveis.
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