Foto: Dreisse Drielle
Texto: Gabriela Ramos
No último domingo (27), aconteceu o dia de encerramento do “Conversando Cinema”, no Cine Vila Rica, em que foi exibido o filme “Terra em Transe”. A exibição com a entrada franca foi seguida pela análise de Guiomar de Grammont, diretoria do Instituto de Filosofia, Artes e Cultura da Universidade Federal de Ouro Preto.
“Terra em Transe” é um filme brasileiro, de 1967, roteirizado e dirigido por Glauber Rocha, introdutor do Cinema Novo. A história se passa em Eldorado, país fictício localizado na América Latina. A trama envolve conflitos políticos, entre conservadores e esquerdistas, e tem uma conotação que remete ao golpe militar ocorrido no ano de 1964.
Segundo Guiomar, “o filme refere-se à época de João Goulart (ex-presidente 1961-1964)”, e ao fim de seu mandato: o início da ditadura. O filme possui a linguagem contemporânea, composta por delírios e discurso verborrágico, e faz referências evidentes ao Brasil ditatorial, como a relação do personagem Porfírio Diaz e o ex-presidente Jânio Quadros (1961), e o poder que a igreja exercia sobre a política.
“A sétima arte é muito importante. Não é uma coisa engessada, hermética. Você consegue ter várias interpretações, fazer várias leituras. O debate que acontece por meio do cinema fixa o conhecimento, ele tem esse poder”, afirma Moisés Mota, bolsista do Cine Vila Rica.