O olho obsceno do poeta vendo…
O olho obsceno do poeta vendo
vê a superfície do mundo redondo
com seus telhados bêbados
e galinhas de pau nos varais
e seus machos e fêmeas de barro
com pernas quentes e peitos em botão
em camas de campanha
e suas árvores cheias de mistérios
e seus parques de Domingo com estátuas mudas
e sua América
com suas cidades fantasmas e Ilhas Ellis vazias
e sua paisagem surrealista de
pradarias estúpidas
supermercados subúrbios
cemitérios aquecidos
e catedrais que protestam
um mundo à prova de beijo
um mundo de tampas de plástico de privadas e táxis
caubóis de drogaria e virgens de Las Vegas
índios desterrados e donas no cinema
senadores desrromanos e conscienciosos calados
e todos os outros fragmentos fatais
do sonho imigrante que vem verdadeiro demais
e perdido
entre os banhistas
: no alto, “Manhattan bridge loop”, pintura de Edward Hopper
The poet’s eye obscenely seeing…
The poet's eye obscenely seeing
sees the surface of thc round world
with its drunk rooftops
and wooden oiseaux on clotheslines
and its clay males and females
with hot legs and rosebud breasts
in rollaway beds / and its trees full of mysteries
and its Sunday parks and speechless statues
and its America
with its ghost towns and empty Ellis Islands
and its surrealist landscape of
mindless prairíes
super-market suburbs
stemheated cemeteries
and protesting cathedrals
a kissproof world of plastic toiletseats tampax and taxis
drugged store cowboys and Ias vegas virgins
disowned indians and cinema matrons
unroman senators and conscientious non-objectors
and all the other fatal shorrt-up fragments
of the immigrant's dream come too true
and mislaid
among the sunbathers