Cerimônia de abertura acontece no Cine Vila Rica, às 20h30, e presta homenagens ao ator Milton Gonçalves, a conservadora audiovisual Fernanda Coelho e ao Cineduc, longa-metragem “A Rainha Diaba” será exibido, abrindo a programação gratuita, com mais de 100 filmes e dezenas de atividades até o dia 22
A programação da 10ª CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto começa nesta quarta, dia 17, no Centro de Convenções com início das oficinas e dia 18, na quinta-feira, acontece a abertura oficial que celebra uma década de realizações do único evento audiovisual no Brasil a coloca em pauta o cinema como patrimônio, a preservação, a história em relação direta com os filmes produzidos no país, em diálogo com a educação. As três temáticas da CineOP – Preservação, História e Educação - convergem nesta edição em suas preocupações conjuntas para o aprofundamento da inserção do negro, do saber audiovisual e da preservação junto à sociedade brasileira
Na cerimônia de abertura, acontece às 20h30, no Cine Vila Rica, no centro da cidade histórica mineira – uma performance audiovisual com a participação dos artistas Maurício Tizumba, Benjamin Abras, Laís Lacôrte, Ibrahima Gaye e direção de Chico de Paula foi concebida para apresentar ao público o conceito da CineOP e prestar homenagens ao ator mineiro Milton Gonçalves, figura central da temática histórica deste ano que coloca em foco“O Negro em Movimento”, à conservadora audiovisual Fernanda Coelho e à instituição Cineduc – unindo, assim, as três vertentes que inspiram as edições anuais da CineOP.
Na sequência, o público poderá assistir ao longa-metragem A Rainha Diaba, clássico de 1974 dirigido por Antônio Carlos da Fontoura que traz Milton como protagonista num personagem inspirado na mítica Madame Satã. E, após o filme, no Galpão Cine Bar Show, Maurício Tizumba vai esquentar a madrugada ouropretana com seu novo show “Galanga, Chico Rei”.
Até o dia 22 de junho, a programação oferecida gratuitamente ao público se divide em três eixos centrais: preservação, história e educação, exibe104 filmes (15 longas, 6 médias e 83 curtas, 40 deles realizados em contexto escolar) ao longo de 33 sessões de cinema e as mostras temáticas Contemporânea, Preservação, Histórica e Educação. Oficinas, debates, Seminário, exposições, lançamento de livros e atrações artísticas também fazem parte das atrações, espalhadas por três espaços em Ouro Preto: Cine Vila Rica (plateia de 500 lugares), Centro de Artes e Convenções (sede do evento, que abrigará diversas atividades, além de receber a instalação do Cine-Teatro com 510 lugares) e a Praça Tiradentes, com a instalação do Cine BNDES na Praça (1000 lugares).
ACESSO E ACESSIBILIDADE
O eixo temático em discussão na 10ª CineOP é Acesso e Acessibilidade nos contextos da preservação audiovisual, pesquisa histórica e educação, considerando que um dos maiores problemas da sociedade brasileira é o acesso aos bens culturais por ela mesma produzidos. Coloca em evidência a necessidade de criar os instrumentos adequados para a prática das virtudes da arte cinematográfica.
O 10º Seminário do Cinema Brasileiro: Fatos e Memória sedia o Encontro Nacional de Arquivos e Acervos Audiovisuais Brasileiros, o Encontro da Educação: VII Fórum da Rede Kino – Rede Latino-Americana de Educação, Cinema e Audiovisual e os debates da Temática Histórica, reunindo mais de 200 profissionais de vários estados, para juntos construírem o Plano Nacional de Preservação, integrarem a cadeia produtiva do audiovisual com a história e a educação.
Preservadores e educadores vêm buscando uma participação maior e mais ativa no que concerne ao diálogo com os pares, com a universidade, com a sociedade e com o Estado, e a CineOP se colocou desde o início como um espaço para a aproximação dos diferentes agentes e para o incentivo de um trabalho em comum, com vistas a uma mudança significativa nas duas áreas.
Ao todo serão promovidos 15 debates com a participação de 47 convidados do audiovisual, acadêmicos, pesquisadores, historiadores, críticos de cinema, representantes dos Ministérios da Cultura e da Educação e três convidados internacionais da Itália, Cuba e Chile,que colaboram com suas experiências, reflexões e propostas sobre as questões centrais que estão em debate nesta edição, dedicada à questão do negro no cinema brasileiro, na Temática Histórica, à presença do filme nacional no ensino fundamental e médio, na Temática Educação, e a um balanço da trajetória de uma década da CineOP, na Temática Preservação. As três áreas de atuação do evento convergem este ano em suas preocupações conjuntas para com o aprofundamento da inserção do negro, do saber audiovisual e da preservação junto à sociedade brasileira.
No debate inaugural da 10ª CineOP, no dia 19, às 9h30, no Centro de Convenções, a mesa reúne profissionais que atuam no audiovisual, na preservação e educação para discutir estas questões e pensar diretrizes e soluções a partir de propostas e diálogos e conta com a participação de autoridades do Ministério da Cultura, representado pelo Secretário do Audiovisual, Pola Ribeiro, da Fundação Palmares, pela Presidente Cida Abreu . Com um novo governo e novos gestores públicos, o diálogo mais uma vez se apresenta visando à criação de projetos e políticas consequentes e eficazes para o setor.
HISTÓRIA
Na Temática Histórica, além da celebração à trajetória de Milton Gonçalves, a CineOP exibe diversos trabalhos que destacam as formas de inserção do negro nas telas brasileiras, a partir de um curta e seis longas- metragens e debates sobre a questão, sempre permanente e urgente. Os filmes são Alma no Olho (Zózimo Bulbul, 1973) e os longas Também Somos Irmãos (José Carlos Burle, 1949), Ganga Zumba (Cacá Diegues, 1964), A Negação do Brasil (Joel Zito Araújo, 2001), Ôri (Raquel Gerber, 1989) e Branco Sai Preto Fica (Adirley Queirós, 2014). A curadoria é do crítico Cléber Eduardo.
Durante o Seminário, duas mesas de discussão, com a presença de cineastas, atores e pesquisadores, colocam a questão em destaque: O Negro em Movimento, no dia 19, e O Negro no Cinema: Entre Estereótipos e Reações, no dia 21.
Dentro da Mostra Preservação, que sempre busca resgatar trabalhos recém-restaurados e apresentá-los como exemplos das possibilidades de se manter a memória do cinema brasileiro, o grande nome do ano é Gerson Tavares. Através de um amplo trabalho do professor Rafael de Luna Freire, toda a obra de Gerson, nome importante dos anos 1960, volta a estar disponível após décadas esquecida. Outro destaque deste ano é a apresentação de Limite, clássico de 1931 de Mário Peixoto que ganhou renovada versão pela Cinemateca de Bolonha. O colaborador da Temática Preservação é Hernani Heffner.
EDUCAÇÃO
Na Temática Educação, o foco vai ser a reflexão sobre a proposta e perspectivas da lei 13.006, sancionada em junho de 2014, que estabelece aexibição obrigatória de filmes brasileiros nas escolas de educação básica. "Teremos um espaço único e privilegiado para problematizar possibilidades e limites da lei, concentrando-nos no acesso e acessibilidade da nossa produção, tendo a escola como grande porta de entrada do cinema brasileiro às famílias", diz a curadora da Temática Educação, Adriana Fresquet.
Integra a programação da Educação a apresentação de 20 trabalhos acadêmicos selecionados pelo comitê científico da Rede Kino, oriundos de universidades de vários Estados do Brasil e a Mostra Educação que reúne 40 curtas produzidos pelos alunos no contexto escolar que será exibida em duas sessões durante a 10ª CineOP – uma das novidades desta edição.
O CONTEMPORÂNEO
O que está sendo produzido hoje também tem espaço na CineOP, em diálogo direto com o passado e com as perspectivas de futuro. Na Mostra Contemporânea, alguns destaques são My Name Is Now, Elza Soares (MG), de Elizabete Martins Campos; Paixão de JL (SP), de Carlos Nader, premiado como melhor documentário no É Tudo Verdade deste ano; Retratos de Identificação (RJ), de Anita Leandro; e O Diplomata (MG), de Fábio Carvalho e Flávia Barbal. Nos curtas-metragens, as outo oito mostras se dividem em Horizontes, Histórica, Praça, Preservação, Venturas, Educação, Mostrinha e Cine-Escola. A curadoria dos títulos contemporâneos ficou a cargo de Francis Vogner dos Reis e Pedro Maciel Guimarães.
A MÚSICA ENCONTRA O CINEMA
A programação de shows musicais acontece no Galpão Cine Bar Show, no Centro de Convenções. A cada noite, uma atração diferente em diálogo com a temática histórica da edição. Logo no dia 18, após a cerimônia de abertura e exibição do filme A Rainha Diaba no Cine Vila Rica, Maurício Tizumba apresenta seu novo show, Galanga Chico Rei, com direção musical de Sérgio Santos e músicas de Paulo César Pinheiro. Na sexta, às 23h, o final de semana musical começa com Famalé, de Marcus Viana, Sérgio Pererê e Zal Sissokho, definido como uma aventura musical entre África e Brasil a partir das montanhas de Minas.
Acompanhe a 10ª CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto e o programa Cinema Sem Fronteiras 2015
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Web: cineop.com.br
Serviço:
10ª CINEOP - MOSTRA DE CINEMA DE OURO PRETO
17 a 22 de junho de 2015
Idealização e realização: UNIVERSO PRODUÇÃO
Foto Divulgação