Neste domingo, na 10ª CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto, acontece a segunda mesa do tema central deste ano, O Negro em Movimento. Intitulado O Negro no Cinema: Entre Estereótipos e Reações, o debate, a ser realizado às 15h no Centro de Convenções, reúne o pesquisador João Carlos Rodrigues, o diretor Joel Zito Araújo e a diretora e socióloga Raquel Gerber, com mediação de Sheila Schvarzman, para discutirem as diferentes representações dos personagens negros em distintos momentos históricos do cinema brasileiro.
Antes, às 10h, a mesa O Cinema de Gerson Tavares e o Case de Restauro da sua Filmografia dá enfoque à obra de um realizador que estava esquecido, até ser resgatado por um projeto coordenado pelo professor Rafael de Luna Freire, que estará no debate. Ao lado, participam o restaurador Francisco Moreira e a pesquisadora Luciana Araújo.
O domingo será marcado também por diversas homenagens da CineOP nesta sua primeira década, entre elas ao Arquivo Público Mineiro (120 anos), Cinédia (85 anos), Cinemateca do MAM-RJ (60 anos), Cinemateca de Curitiba (40 anos), Ctav (30 anos), Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro e ao pesquisador Antônio Leão da Silva Neto. Será às 12h30, no hall do Centro de Convenções.
As sessões de filmes começam às 17h15, com curtas da Mostra Horizontes II, no Cine Vila Rica. No mesmo lugar seguirão curtas da Mostra Preservação, com filmes dirigidos por Gerson Tavares às 18h30; o longa “Retratos de Identificação”, de Anita Leandro, às 20h; e curtas da Mostra Venturas II, às 22h. No Cine BNDES na Praça, às 19h, passa “A Negação do Brasil”, documentário sobre o negro no cinema brasileiro dirigido por Joel Zito Araújo; e às 20h30, curtas da Mostra Praça.
Sábado de discussões
O sábado foi marcado por discussões intensas no Seminário da 10ª CineOP. Logo pela manhã, na mesa A Lei 13.006: Reflexões, Perspectivas e Propostas, um grupo de professores, diretores de projetos e membros de conselhos de educação se reuniu para conversar sobre a lei que obriga a exibição de pelo menos duas horas de filmes brasileiros no currículo básico das escolas. Criada por Cristovam Buarque, a definição foi problematizada e questionada por quase todos os participantes da mesa, que levaram dúvidas e incertezas sobre as potencialidades e fragilidades da ideia.
“A lei foi colocada de forma autoritária e impõe à escola responsabilidades que não são cobradas de outras instâncias”, disse Inês Teixeira, professora da UFMG e coordenadora da Rede Kino. Ao seu lado, a curadora da Temática Preservação, Adriana Fresquet, frisou que “o cinema não se resume a mostrar o bonito. É preciso saber que ele também pode ser feio e pode ser uma experiência incômoda”. Essa fala se referia à ideia, defendida por ela, de que cinema na escola não deve ser veículo de “função social” ou valorativa, mas uma “experiência singular” sobre a qual os professores ainda estão tentando compreender de que forma aplicar.
Cesar Callegari, membro do Conselho Nacional de Educação, também apontou dúvidas sobre a viabilidade de a lei se tornar palpável. Ele apontou o fato de que nem toda escola tem condições mínimas de exibição de filmes, em especial as localizadas fora das regiões urbanas. Italo Dutra, diretor de Currículos e Educação Integral da Secretaria de Educação Básica do MEC, ponderou sobre a importância da lei e elogiou colocações e questões colocadas na mesa como essenciais para que o debate avance na área.
À tarde, no encontro Uma Década de Preservação Audiovisual: Balanço, Avanços e Desafios, diversos profissionais da área relataram experiências, ideias e olhares sobre os últimos dez anos, desde quando iniciou a CineOP. Para Hernani Heffner, curador da Temática Preservação, “a grande contribuição da mostra foi criar uma consciência política que sustenta o gesto concreto de lutar pela preservação. Neste momento estamos discutindo como nós vamos continuar existindo, especialmente num momento dramático como hoje”. Fernanda Coelho, homenageada da CineOP por sua dedicação à preservação, também reforçou a importância do momento: “É um trabalho de paixão e sacrifício”.
link para as fotos dos filmes - 10ª CineOP: https://www.flickr.com/photos/universoproducao/collections/72157652468678461/
Acompanhe a 10ª CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto e o programa Cinema Sem Fronteiras 2015
Participe da Campanha #eufaçoaMOSTRA ;Twitter: universoprod ; Facebook: universoproducao / cineop ; Instagram: universoproducao
Informações pelo telefone: (31) 3282.2366
Serviço
10ª CINEOP - MOSTRA DE CINEMA OURO PRETO
17 a 22 de junho de 2015
Idealização e realização: UNIVERSO PRODUÇÃO
Patrocínio Máster: BNDES
Patrocínio: Oi, SOUZA CRUZ, ITAÚ, CEMIG
Incentivo: LEI FEDERAL DE INCENTIVO A CULTURA E LEI ESTADUAL DE INCENTIVO A CULTURA
Apoio: Oi Futuro, Instituto Universo Cultural, Rede Globo Minas, Canal Brasil, Prefeitura Municipal de Ouro Preto, Café 3 Corações, Coca Cola | Heineken, Localiza, Universidade Federal de Ouro Preto | UFOP
Realização: UNIVERSO PRODUÇÃO
GOVERNO FEDERAL|PÁTRIA EDUCADORA
Foto Cine Teatro Vila Rica no 100CINEOP (crédito ouropress)