Foto:Mario Crema / Web
Texto: Maria Augusta Tavares / Verbalize! Jr
O sorriso nos lábios, esbanjava bom humor e delicadeza. Os cabelos grisalhos não escondiam a idade, a voz mansa transmitia calma. Vestia um agasalho azul marinho. A saia cor laranja com estampa de margaridas, era abaixo dos joelhos. No pescoço um cachecol xadrez em tons de cinza e amarelo. Para aquecer os pés, um tênis bege. Os braços cruzados por causa do frio se abriram e me receberam para entrevista.
Esta é Gracinda Baião Toffolo, uma senhora de 84 anos, que nasceu em Raul Soares- MG e mudou-se com sua família para cidade de Ouro Preto, onde se casou em 1949, com Rodrigo Vicente Toffolo. Mãe de três filhos, têm nove netos e quatro bisnetos. Nora de Olívio Ângelo Toffolo proprietário do Hotel Toffolo- primeiro hotel-bar da cidade de Ouro Preto, lugar que Dona Gracinda cuida com carinho. O estabelecimento já existe há 114 anos, e hospedou os escritores Manuel Bandeira e Carlos Drumond Andrade no passado.
Sentada a mesa do bar da família, com os olhos cheios d'água, Dona Gracinda fala com orgulho de seus três filhos, Olívio Ângelo Baião Toffolo, engenheiro civil, Ronaldo Rebert Baião Toffolo, engenheiro metalúrgico e Rodrigo Vicente Baião Toffolo, também, engenheiro metalúrgico. Muito satisfeita, ela diz ser uma mulher privilegiada por Deus, por ter três frutos de muito amor.
Extremamente atenciosos, os filhos de Dona Gracinda procuram estar sempre presentes an vida da mãe, mesmo não morando com ela. Rodrigo, o caçula, a ajuda no Bar. Ronaldo a visita diariamente. Olívio trabalha em Belo Horizonte, mas toda a noite liga para saber como ela está. “Fico feliz, ao saber, que posso contar com eles, na hora da maior tristeza ou da maior alegria.”
Com as mãos inquietas, ela relata que quando soube que estava grávida, não sabia exprimir o que estava sentindo. “ Eu e meu marido éramos duas almas gêmeas, nos amávamos e nos queríamos muito bem. Foi um fruto que veio de um grande amor, de uma bela vida. Marido como eu tive pode até haver igual, mas melhor que ele nunca. Por isso nunca me casei, continuo viúva, mas trabalhando e honrando o nome que eu carrego.”
Com 49 anos de idade faleceu Rodrigo, esposo de Dona Gracinda. Desde então, ela trabalha no hotel da família. Uma mãe que mesmo depois de ter perdido o marido, continuou lutando para que os filhos tornassem homens honestos e educados. Ela zela pela família grande e unida que construiu. “Coração de mãe pode ter um, dois ou mil é sempre um coração que cabe todo mundo.” Contente e ansiosa ela menciona sobre o almoço que oferecerá à família no dia das mães e ri ao dizer que vai até arrumar os cabelos.
Mãe é aquela que abaixa para pegar seu filho, independente do lugar que ele caia. É aquela que deixa o filho calmo ao saber que tem alguém para protegê-lo. Ser mãe é a coisa mais linda do mundo. Toda mãe deve ser respeitada e adorada pelos seus filhos. Afinal, ser mãe é pra toda vida, Dona Gracinda é um grande exemplo. Foi um prazer conhecê-la.
Feliz Dia das Mães!