A igreja
Localizada na rua Alvarenga, no bairro Cabeças, a Igreja Bom Jesus de Matosinhos é um monumento carregado de singularidades. Além da invoção presente no nome, essa capela reúne outras três divindades: Santíssimos Corações de Jesus, Maria e José e São Miguel e Almas. A origem dessa construção barroca está relacionada a uma doação feita pelo português José Simões Borges, datada de 1771, e à dedicação de Manuel de Jesus Fortes para arrecadar doações para concluir a obra. Com obras de Aleijadinho logo na entrada, a portada da capela exibe pequenos anjos trabalhados em pedra sabão com marcas da deterioração do tempo. No seu interior, algumas rachaduras e uma tela improvisada para conter os escombros do telhado. O forro que compunha a decoração foi retirado há oito anos para evitar maiores danos. Sem imagens sacras ou telas, o que permanece no templo é um imenso silêncio em consonância com o vazio.
De acordo com o presidente da paroquia, José Paiva Gonzaga, a igreja aguarda por reformas há cinco anos, o projeto arquitetônico é responsabilidade do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e o projeto artístico é responsabilidade da Paroquia. Com duas celebrações, uma ao sábado e outra ao domingo, a capela atendia principalmente a comunidade local do bairro, que hoje lamenta o fechamento da igreja.
A reforma
A recuperação da igreja, que soma R$ 3,5 milhões, faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Cidades Históricas. Em vista da magnitude da obra, a reforma da igreja tem uma previsão de ser concluída de 12 a 18 meses. Todos os projetos de restauração precisam estar estruturados de acordo com a diretrizes do Ministério do Planejamento para posteriormente dar início a reforma. No momento, as licitações ainda estão em processo de avaliação. Ouro Preto foi contemplada com outras 14 ações de restauções por meio do PAC Cidades Históricas.