Texto: Fábio Melo, Laura Nobre e Priscila Ferreira
Foto: Stênio Lima
No dia internacional contra a homofobia, 17 de Maio, foi realizado na Câmara Municipal de Mariana um marco para a democracia de Mariana e Ouro Preto, o I Dia de Promoção da Cidadania LGBTI da Região dos Inconfidentes. O evento contou com governantes, militantes, alunos, profissionais e integrantes do coletivo LGBTI. A laicidade dentro da educação, direitos, identificação de gênero, orientação sexual e violência simbólica e física foram alguns dos temas debatidos.
Um debate sobre Educação e sexualidade na manhã de sábado, foi o primeiro tema a ser discutido. A primeira mesa do dia abordou o tema da laicidade e seus desafios no Estado Brasileiro. O Prof. Dr. Marco Antônio Torres, participante do Plano Nacional de Promoção da Cidadania dos Direitos Humanos LGBT, frisou a importância do debate sobre os direitos LGBTI e as dificuldades da sociedade com essas questões na prática, para ele “Os direitos LGBTI são importantes porque sem eles o Brasil nunca poderá ser chamado de uma democracia”. O princípio de tolerância, ideal de liberdade, a questão da religiosidade popular e os pensamentos morais, também foram discutidos pela mesa.
A segunda mesa, “Direito e Cidadania LGBTI”, contou com a participação de João Alves, Coordenador-geral de Centros de Referência em Direitos Humanos da Presidência da República, e do militante Lucas Emanuel, “Não usem seus direitos como moeda de troca por algo” foi o que ressaltou Lucas. Ser tratado pelo Estado e sociedade como todos são, é um sonho que motiva a luta do militante: “Eu quero, eu sonho, eu acredito, porém hoje eu termino a minha fala dizendo que continuamos na mesmice!”, finalizou. Alves, afirmou que o Governo investe em campanhas contra a homofobia e em parcerias com instituições como a UNESCO, mas acrescentou que grande parte do processo de conscientização vem dos coletivos e dos grupos de luta.
Transfobia e despatologização do gênero foi o tema da terceira mesa do dia, que contou com a participação de Márcia Rocha, advogada e integrante da Comissão da Diversidade Sexual, Daniela Andrade, militante e ativista trans da cidade de São Paulo, além do mediador Bruno Souza Leal, coordenador do curso de graduação e da Especialização em Comunicação da Universidade Federal de Minas Gerais.
Os desafios e problemas enfrentados pelos transexuais e travestis foram expostos, além da dificuldade de adquirir emprego mesmo quando capacitados. Conseguir direitos como o próprio nome social e diversas discriminações, até mesmo dentro do próprio movimento foram temas tratados. “Você tem que ficar provando toda hora que é melhor, é uma carga muito grande”, afirmação de Danieal. Mesmo assim, muitos outros que se identificam com a causa lutam pelo simples, mas ainda difícil de ser alcançado direito de ser simplesmente o que são.