A mostra constitui-se de uma série de pinturas a óleo sobre papel, que têm como ponto de partida o olhar contemplativo dos elementos visuais constantes nas fachadas, platibandas, caixilhos de portas e janelas das ruas de Ouro Preto e Mariana.
As formas, cores, posições, ritmo tornam-se objeto de esboços e fotografias. Aos poucos, esse interesse vai se tornando um motivo e fachadas de outras cidades como Rio de Janeiro e São Paulo vão entrando nesse jogo.
A pintura passa a absorver esse motivo e as imagens vão relacionando a geometria decorativa das fachadas a combinações, adaptações, construções de forma e cor, ganhando nesse jogo novas soluções. A discussão dos elementos de arquitetura de decoração vai afirmando a elaboração de um discurso pictórico geométrico abstrato.
O artista: "Penso que esse trabalho traz a afirmação de um olhar curioso e dialogal pela e com a cidade. Quer discutir a pintura contemporânea a partir da visualidade do cotidiano, entoando uma 'conversa' com a cidade, as ruas e seus moradores, buscando registrar e 'ouvir' a cidade, na afirmação de aspectos da subjetividade, no gosto de seus moradores expressos na escolha de cores, na elaboração da visualidade da casa, na conservação, enfim, no espaço que dialoga o público e o privado, a historicidade e o cotidiano. Ouro Preto impregnou meu olhar, mas ele também se deixa seduzir por outras tantas, a cena está aberta, a forma é livre."
O artista
Nascido no Rio de Janeiro, Claudio Barros residiu em Ouro Preto entre 1982 e 1984, época em que iniciou sua formação artística na Escola de Arte Rodrigo de Melo Franco de Andrade da Fundação de Arte de Ouro Preto (FAOP). Foi aluno de Gravura em Metal da Professora Anna Amélia Rangel e conheceu o artista Carlos Scliar, de quem frequentou o ateliê e se tornou um amigo.
Em 1985, estabeleceu-se em São Paulo e, em paralelo à pintura, desenvolveu uma carreira em arte-educação, participando dos seguintes projetos: Setor Educativo da Bienal Internacional de São Paulo; Projeto Enturmando, da Secretaria de Estado do Menor de São Paulo; Escola Municipal de Iniciação Artística de Santo André/SP; ministrou oficinas artísticas e terapêuticas no CAPS Diadema/SP; e foi fundador da Cooperativa Paulista de Artistas Educadores.
Exposições coletivas: III Bienal de Gravura de Santo André/SP (2007); exposições Arte Hoje e Contemporâneos, na Galeria Atualidade, Rio de Janeiro/RJ (2006 e 2004, respectivamente); II Bienal de Artes Plásticas de Jaboticabal/SP (2001); Projeto Similitudes, Centro Universitário Maria Antônia, USP (1997), Galeria Alliance Française (1996); VI Salão de Arte Contemporânea de São Bernardo do Campo/SP (1996); Selecionados do Prêmio Günter, MAC/USP (1995); I Salão MAM Bahia de Artes Plásticas (1994); I Salão Ouro Preto Minha Cidade, Ouro Preto/MG (1982).
Exposições individuais: Claudio Barros, Pinturas, Desenhos e Gravuras, Espaço Cultural do TRT da 15ª Região, Campinas/SP (2015); Visão Tátil, Curadoria no Café, MuBE - Museu Brasileiro de Escultura, São Paulo/SP (2013); Depoimentos do Olhar, GLTA, Ouro Preto/MG (2007); Territórios, Espaço Cultural Pepper, São Paulo/SP (2006); Lugares do Olhar, Galeria Paulo Prado (2002).
A exposição "Fachadas: uma geometria orgânica da pintura" será inaugurada sexta-feira, dia 28 de abril, às 20h, e estará aberta à visitação no Salão da Casa dos Contos até o dia 13 de maio de 2017.