A diversidade cultural é hoje considerada o maior patrimônio da humanidade, por ser produto de milhares de anos de história, fruto da construção coletiva de todos os povos.
É por isso que, em 2017, o Festival de Inverno Ouro Preto e Mariana | Fórum das Artes abraça o tema da diversidade, homenageando o Zé Pereira dos Lacaios e todas as manifestações da cultura popular ouro-pretana que transformam essa cidade num lugar único.
Em Ouro Preto, cidade conhecida por seu rico patrimônio edificado, a diversidade se expressa em inúmeras manifestações culturais da arte popular. Nela se tem vivo o congado, a cavalhada, as folias de reis e de santos, a couve, o angú, o feijão, e o Zé Pereira, agremiação carnavalesca que nesse ano comemora 150 anos de atividades.
A curadoria de artes visuais apresenta um variado cardápio de exposições, mostras e oficinas, que tem como principal objetivo apresentar esses saberes populares em uma narrativa transmissível e compartilhável, transformando a cidade em um campo de experiências a serem vivenciadas por todos os participantes, oferecendo oportunidades de convívio entre as práticas tradicionais e as inovações contemporâneas.
Conheça as exposições do evento:
A exposição Um Olhar Sobre a Cultura Popular integra a programação trazendo vários artistas ouro-pretanos em sua forma particular de ver a cultura popular. Com trabalhos que abrangem as mais diversas técnicas, cerca de 22 nomes integram a mostra que promete ser enriquecedora. A variedade de trabalhos mescla estilos e objetos variados dentro do mesmo espaço. Quem for à exposição encontrará colagens com papel e tecido, pinturas com tinta acrílica, esculturas e muito mais.
A exposição Copy of a Copy, do artista belo-horizontino Xikão Xikão, traz uma instalação composta por fotografias, desenhos e impressões que discutem o ambiente da internet, mais especificamente o das redes sociais. O trabalho é dividido em dois nichos temáticos (selfies e efemeridades) nos quais questões sobre tempo e autorrepresentação são levantadas a partir de indagações como: “qual a duração de uma postagem nas redes sociais?” ou “qual a função de uma selfie?”.
O artista Léo Piló apresenta exposição Ressignificados, um conjunto de obras que reúnem diferentes tipos de materiais recicláveis e técnicas, treinando novos olhares com o ideal de fazer interagir catadores e recicladores para gerar uma economia criativa e despertar a conscientização sobre os benefícios de preservar recursos naturais para futuras gerações. A mostra se une ao projeto de extensão Valorização e capacitação técnica de jovens e mulheres para o turismo do Departamento de Turismo da UFOP.
A Sala Ivan Marquetti abre a exposição [Re]conhecendo, um compilado de trabalhos relembrados como forma de homenagear e reverenciar os artistas que já passaram pelo espaço cultural, existente desde 1989. O projeto busca fazer uma pequena retrospectiva de temporalidades e linguagens artísticas distintas, como esculturas, pinturas, fotografias e afins; criação de seus célebres expositores. Entre os artistas com obras no local estão Gabriela Rangel, Ana Fátima Carvalho e o fotografo Eduardo Tropia.
A exposição Cantando a Pedra, do Coletivo Olho de Vidro, formado pelos fotógrafos Alexandre Martins, Antônio Laia e Eduardo Tropia e pelo poeta Guilherme Mansur, busca estabelecer um espaço de reflexão e experimentação, onde cada qual materializa o seu imaginário sobre o tema das pedras do mundo nas pedras de Ouro Preto. O encontro do Coletivo se dá menos por uma afinidade estético | conceitual do que pela diversidade com que seus integrantes tratam o tema. Essa multiplicidade de olhares possibilita a surpresa que cada um pode oferecer e do resultado consequente do conjunto de obras.
O Memorial Minas Gerais Vale apresenta Mineiridades, uma releitura e uma reprodução de suas salas expondo a alma e as tradições mineiras a partir de cenários reais e virtuais que se misturam para criar uma sensação de viagem de meados do século XVIII ao século XXI. A exposição agrupa uma série de iniciativas, compostas de uma exposição, atividades culturais e educativas, mostrando e proporcionando um pouco da essência de ser mineiro.
Em comemoração ao octogésimo aniversário da instituição, a exposição O IPHAN em Minas Gerais – 80anos de história. Minas Gerais, que possui cerca de 40% dos bens tombados pelo IPHAN em todo o país, contando com nove conjuntos urbanos protegidos que reúnem milhares de edificações, pequenos conjuntos e bens isolados em 51 municípios, além de bens ferroviários móveis e imóveis, quatro coleções de arte em museus, mais de três mil sítios arqueológicos e uma coleção de acervos patrimoniais.
O Museu Casa Guignard apresenta o Álbum de Guignard, uma pesquisa sobre as ilustrações do pintor na qual foi possível adquirir exemplares de seus principais livros ilustrados e sobre sua trajetória para compor o módulo expositivo Guignard Ilustrador. Ao longo de sua carreira, Guignard colaborou com vários jornais, na qualidade de ilustrador, principalmente dos suplementos literários, tão importantes na primeira metade do século passado. As 23 ilustrações que compõe a exposição são fruto da colaboração do artista no jornal carioca A Manhã, entre 1941 e 1945.
A exposição Mariana, Arte Para o Céu, com o tema Arte Sacra e Casario, ocorre entre os dias 7 e 19 de julho na Igreja da Confraria de Nossa Senhora Rainha dos Anjos. O evento valoriza a arte marianense e busca chamar a atenção dos moradores e turistas para o material produzido pelos artistas locais. A exposição de peças não será a única atração do local, que contará também com oficinas de entalhes e pinturas abertas a todos os interessados, além de diversas apresentações culturais.
A exposição Contos Daqui Pra Lá, da artista plástica KK Bicalho, traz para o Festival de Inverno de Ouro Preto Mariana 2017, um pouco das relações e vivências desta belo-horizontina que se especializou em trabalhar com tesoura e papel, recortando o que ela visualizava pela capital mineira. Os pontos turísticos, como a famosa Igrejinha da Pampulha, os transeuntes e todos os habitantes que fazem parte da paisagem local, sejam artistas, ciclistas ou apenas passantes, citados pela artista como patrimônios vivos, são os retratados no trabalho que apresenta obras que não passam de alguns milímetros de tamanho.