Tempo seco, baixa umidade relativa do ar e ventos intensos. Esses são alguns fatores que favorecem a ocorrência de queimadas, principalmente, nesta época do ano. A queimada é muito nociva à natureza pois pode acabar com a biodiversidade, matando plantas, animais, prejudicar a saúde humana, além de provocar a impermeabilização do subsolo.
Assim como em todo o estado, Ouro Preto também tem sofrido com a ocorrência das queimadas. Exemplo disso, foi o que ocorreu na manhã do dia 28 de agosto, quando um incêndio começou a consumir parte da vegetação do Parque Estadual do Itacolomi e da Serra do Pico da Cartuxa.
O Parque é uma área formada por vegetação rasteira e de arbusto, em que há predominância do cerrado. Este tipo de bioma caracteriza-se por possuir uma diversificada fauna e flora. Isso significa que diferentes tipos de plantas e animais podem ser encontrados nesta região. Porém, quando acontece uma queimada, muito dessa riqueza é perdida e pode demorar anos para ser recuperada. Sendo que, em alguns casos, podem nem se regenerar.
Equipes do Corpo de Bombeiros e brigadistas contaram com o apoio de helicópteros e aviões para tentar controlar as chamas, que perduraram por mais de quatro dias. Segundo militares do Batalhão de Emergências Ambientais, há suspeitas de que o incêndio possa ter sido causado por criminosos que assaltaram um caminhão nas proximidades do parque e colocaram fogo a fim de despistar a polícia.
O vento forte e o difícil acesso ao local fizeram com que as chamas se propagassem rapidamente e atingissem, também, a área da captação de água da Estação Tratamento de Água (ETA) do Itacolomi, pertencente ao Serviço Municipal de Água e Esgoto de Ouro Preto (SEMAE-OP). Diante da situação, uma equipe de bombeiros foi acionada a fim de conter o fogo que adentrava a área da estação.
Depois de algumas horas de intenso trabalho, a equipe conseguiu apagar as chamas e impedir que as mesmas atingissem os tanques de produtos químicos da ETA. No entanto, grande parte da vegetação que protege a captação foi completamente destruída pelo fogo.
O carreamento das cinzas promovido pelas próximas chuvas pode afetar diretamente o funcionamento da ETA e, consequentemente, o abastecimento da cidade. A queima da vegetação promove a impermeabilização do subsolo dificultando a percolação das aguas que abastecem o manancial, fato este que tende a agravar a seca para o próximo ano.
Desse modo, os moradores dos bairros Alto das Dores, Santa Cruz, Santa Efigênia, Nossa Senhora do Carmo, Bauxita, Vila Operária, Vila dos Engenheiros, Vila Aparecida, Novo Horizonte e parte dos bairros Antônio Dias, Saramenha, Tavares, Barra, Lagoa e Novo Horizonte precisam se manter vigilantes quanto ao uso da água e continuar a economizar, pois diante deste acontecimento, a tendência é de que o nível de água na captação do sistema Itacolomi diminua ainda mais nos próximos meses. E, com isso, o abastecimento poderá ficar comprometido.
O SEMAE continuará trabalhando para amenizar os danos causados por este ato e conta com o apoio de todos para vencer este período.