Presto minha homenagem ao escritor Rui Mourão que deixa o Museu da Inconfidência de Ouro Preto após 43 anos na sua direção. E o faz com o reconhecimento, respeito e gratidão dos ouro-pretanos, da comunidade cultural mineira e de todos os amigos e amigas que o acompanham durante muitos anos e que conhecem sua fértil trajetória de intelectual e gestor público. Rui Mourão é um típico exemplar do mineiro dotado dos melhores valores da mineiridade e que, infelizmente, tornam-se cada vez mais raros nos sombrios tempos de hoje. Sóbrio, correto, aplicado, servidor público consciente de sua responsabilidade e da sua missão, um tanto introvertido mas atento a tudo, politizado, com sólida formação cultural, rara vocação para a literatura, observador do mundo e das pessoas, estudioso de Ouro Preto e sua história e sua cultura, discreto, absolutamente probo, Rui Mourão exerceu com absoluta exação e dignidade a direção do Museu da Inconfidência entre outras funções que desempenhou no Ministério da Cultura, no IPHAN e no IBRAM.
Ouro Preto, por seus representantes, diretores do IPHAN e do IBRAM, seus antigos amigos, colaboradores e admiradores, prestam-lhe merecida homenagem e exaltam seu exemplo, vida e obra, marcadas por muitos momentos de dificuldades mas em que se destacam as ações em defesa do patrimônio cultural, pelas inúmeras iniciativas em defesa do patrimônio artístico mineiro, pela evolução do Museu da Inconfidência, pela fecunda obra que com que enriquece a literatura mineira. Ao Rui, meu agradecimento.
Mauro Werkema
Foto Eduardo Tropia - arquivo