A Unesco retorna a Ouro Preto no dia 28 de Março com seu comitê científico para uma visita técnica voltada para a presença africana na região. Com o relançamento da coleção História Geral da África , o Comitê Científico da Unesco percebeu a necessidade de revisitar Ouro Preto com um olhar voltado para o grande legado deixado aqui por esses africanos que foram escravizados por dominarem conhecimentos como a mineração, a metalurgia, a siderurgia e a agricultura (Povos Akan-Fanthi,Ashanti,-vieram das regiões que hoje correspondem aos países de Gana, Togo Benim, Nigéria, Congo, Gabão, Angola, Camarões).
Muitas marcas e mensagens foram deixadas no atual município de Ouro Preto, como o telhado em forma de casco de tartaruga da Igreja do Rosário dos Pretos ou os milhares de símbolos Adinkras nas sacadas das casas tricentenárias e em fachadas de templos como na capela de Santana na localidade da Chapada. A necessidade de reescrever a coleção História Geral da África trouxe junto a necessidade de revisitar a história dos locais onde a diáspora se fez presente. É urgente compreender e tornar visível ao mundo as heranças culturais e religiosas deixadas pelos africanos em Ouro Preto e ocultada durante séculos pela história oficial.
TEXTO: Sidnéa Santos
Diretora de Promoção Cultural Patrimônio Imaterial e Igualdade Racial/Secretaria de Cultura e Patrimônio
Prefeitura de Ouro Preto