Na próxima quinta-feira,12, o distrito de Amarantina estará em festa com o início das comemorações da Festa de São Gonçalo e Cavalhadas de Amarantina. As celebrações, de origem portuguesa, acontecem até o dia 16, mesclando ritos religiosos e festejo popular com missas, procissões, apresentações de dança, desfile de fanfarra, leilão, shows com bandas e DJs, além das tradicionais apresentações das Cavalhadas adulta e mirim.
A Festa de São Gonçalo e Cavalhadas de Amarantina representa a forte influência herdada dos colonizadores portugueses na região, desde sua fundação. Sabe-se que, ainda no século XVIII, Antônio Alves, um fazendeiro português, foi uma das pessoas que fixaram residência no pequeno vilarejo do Tijuco, - que abarcava a região onde hoje estão localizados Amarantina e Cachoeira do Campo - após uma grande fome que acometeu a população de Vila Rica, por volta do ano de 1700. Por essa razão, muitos foram para esse local com o objetivo de plantar alimentos e distribuí-los na região. Antônio Alves tinha grande devoção para com São Gonçalo, santo com tradicional veneração em Portugal.
Assim, ele ergueu uma ermida em homenagem ao santo nas suas terras. Os viajantes que por ali passavam, achavam o local muito parecido com Amarante, em Portugal. Por essa razão, chamaram o povoado de São Gonçalo do Amarante. Já no século XIX, a antiga ermida foi substituída pela atual igreja, localizada na parte central do distrito. No século XX, por sua vez, a partir da década de 1940, o local passou a se chamar Amarantina.
As Cavalhadas também representam uma tradição cristã vinda de Portugal, representando a luta entre mouros e cristãos. As Cavalhadas de Amarantina possuem registro como Patrimônio Cultural Imaterial de Ouro Preto, desde 2011, memória passada de geração em geração, há mais de um século no distrito. Nas encenações das batalhas, o principal campo do distrito torna-se uma grande arena com cavaleiros munidos de lanças e espadas, em um conflito conhecido como: "A Batalha de Carlos Magno e os 12 pares da França". Os exércitos são separados pelas cores azul (cristãos) e vermelha (mouros). A batalha tem início quando a tropa cristã invade o território mouro e sequestra a princesa Floripes, filha do Almirante Balão. Para salvar a princesa é feita uma conciliação entre as tropas: a princesa Floripes se casa com o soldado cristão, Gui de Borgonha, e esta união permite a comunhão entre as tropas, dando origem a um único exército.
O secretário de Cultura e Patrimônio, Zaqueu Astoni falou da relevância dessa memória no distrito. “As Cavalhadas de Amarantina, patrimônio imaterial de Ouro Preto, representam a importância da nossa cultura religiosa, uma tradição secular da cidade e tão bem cuidada pelos moradores do distrito de Amarantina”, declarou.
O secretário de Turismo, Indústria e Comércio, Felipe Guerra destacou o vulto devocional, econômico e o potencial turístico do festejo no distrito. “As Cavalhadas de Amarantina, além representarem um lindo momento religioso, devocional e um resgate histórico muito importante, é também uma festa que a cada ano tem um atrativo para turistas muito grande. Isso é bom para o distrito, porque movimenta a economia criativa no local, com a gastronomia e o artesanato, por exemplo, relevante no desenvolvimento econômico, na geração de renda e de empregos temporários no local. Essa festa está a cada dia mais linda e com cada vez mais potencial de atração de turistas para o distrito de Amarantina”.
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