Produtora cultural visionária, Maria Alice “Biiça” Martins (agosto 1951 – novembro 2020) foi pioneira na criação de um festival totalmente dedicado ao jazz em Minas Gerais, abrindo caminho para que outros eventos do gênero viessem. A edição de 2020 do Festival Tudo é Jazz, que marca sua última curadoria, será em tributo à sua criadora, que também atuou como coordenadora em suas dezessete edições anteriores.
Excepcionalmente, este ano o festival não será realizado em Ouro Preto, cidade que tem sido sua casa, e acontecerá em formato online, com shows transmitidos via streaming no www.
A cultura como caminho e o amor pelo jazz
Além de curadora e coordenadora do Tudo é Jazz, em Belo Horizonte e Ouro Preto, além de curadora e coordenadora do “Tudo é Jazz no Porto” em 2013 e do projeto Som Clube, em 2001, 2014, 2016 e 2018 em Belo Horizonte. Nascida em Ponte Nova e formada em arquitetura pela UFMG, o interesse pelo jazz vem ainda da adolescência, quando teve contato com a música negra norte-americana através do intercâmbio cultural que, segundo ela, era muito comum na sua cidade, graças a uma professora chamada Vera Soares que enviava alunos para estudar nos EUA e os mesmos voltavam com vários discos, muitos deles com o ritmo criado pela comunidade afro-americana de Nova Orleans. Apesar da formação acadêmica foi na música que Biiça, como é carinhosamente chamada pelos amigos, se encontrou.
Com intensa trajetória cultural atuou em projetos de grande importância, como a coordenação da 1ª edição da Mostra de Cinema de Tiradentes, em 1998, o 1º Tiradentes Jazz Festival, em 2000. Foi responsável também pelas 14 edições Festival da Vida de Mariana, cuja programação contou com nomes como Gringo Cárdia, Benki Pikãko -, Ashaninka entre outros, contando também com grandes nomes da música popular brasileira como Rita Lee, Nando Reis e Maria Betânia.
Com olhar atento para aspectos fundamentais como a diversidade cultural, o fortalecimento da cena local e para os novos artistas, Biiça, indo além do obvio, sempre trouxe como marca das suas curadorias novos e promissores nomes da música, a exemplo de artistas como Thiago Pethit, Cobra Coral, Liniker, Gui Hargreaves, entre outros, evidenciando uma sensibilidade rara, de quem assume um compromisso com o desenvolvimento do cenário musical.
Além da atuação marcante como programadora de grandes festivais, Maria Alice compreendeu cedo a importância do fortalecimento das conexões com os demais elos da chamada cadeia produtiva da música, trazendo para a cidade, além de músicos renomados, jornalistas de importantes, do Brasil e do mundo, a exemplo de Zuza Homem de Mello, jornalista e musicólogo falecido em outubro de 2020, foi a maior especialista em música popular brasileira que se tem notícia.
O Tudo é Jazz reúne a tradição e a inovação, conectando artistas de gerações e nacionalidades distintas, levando ao público o que há de mais relevante na música produzida atualmente, não apenas no Brasil, mas também em outras partes do mundo. O urbano, o clássico e o contemporâneo se encontram neste espaço marcado pela pluralidade sonora onde o jazz é o fio condutor.
O Festival Tudo é Jazz 2020 é viabilizado pela Lei estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais, com patrocínio da Cemig. Realização: ALCE - Associação Livre de Cultura e Esporte. Co-realização Rede Minas.
Produção: New View Entretenimento e Comunicação
Rádio Oficial: CDL FM
Programação
Quarta dia 25: 20h
Amaro Freitas
Madeleine Peyroux feat Celio Balona
Quinta dia 26: 20h
Tulio Mourão e trio, lançamento do novo CD
Natasha Agrama feat Rogerio Delayon
Sexta dia 27: 20h
Pianíssimo Jazz
Marcos Valle feat Stacey Kent
Serviço
Festival Tudo é Jazz 2020
Quando: 25 a 27 de novembro, às 20h
Onde: www.tudoejazz.com
Evento gratuito
Programação:
Quarta dia 25: 20h
Amaro Freitas
Madeleine Peyroux fest Celio Balona
Quinta dia 26: 20h
Tulio Mourão e trio, lançamento do novo cd
Natasha Agrama feat Rogerio Delayon
Sexta dia 26: 20h
Pianíssimo Jazz
Marcos Valle feat Stacey Kent