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ATELIÊ CASA BRACHER
No dia 27 de fevereiro, o pintor Carlos Bracher fará um retrato ao vivo e à distância do estilista Ronaldo Fraga,
com exibição pela internet.
No site ouropreto.com.br no link http://www.ouropreto.com.br/video/121/carlos-bracher-pinta-ronaldo-fraga
Pintura será transmitida ao vivo e simultaneamente
no YouTube, Facebook e Instagram do Ateliê Casa Bracher.
Dando continuidade ao projeto Ateliê Casa Bracher, no dia 27 de fevereiro, o pintor mineiro Carlos Bracher fará uma pintura retratando o estilista conterrâneo Ronaldo Fraga. Ao longo de seus 60 anos de carreira, Bracher já fez mais de 350 retratos, mas sempre na presença do retratado e, em grande parte das vezes, de público. Desta vez, o artista fará a pintura via internet, diretamente de seu ateliê em Outro Preto, e Ronaldo Fraga estará em sua casa em Belo Horizonte. Todo o processo poderá ser acompanhado, a partir das 19h, com transmissão ao vivo e simultânea no YouTube, Facebook e Instagram do Ateliê Casa Bracher. O Ateliê Casa Bracher tem patrocínio do SESI.
“É desafio muito grande pintar retrato, complicadíssimo esse encontro entre dois seres em busca de uma unicidade, de uma passagem de emoções e sentimentos. Mas é muito gratificante também. Curiosamente será o primeiro retrato virtual que eu vou fazer. Todos os retratos que fiz foram com a pessoa presente, sempre fico o mais próximo que puder do modelo. Mas será algo maravilhoso mesmo à distância. Será uma honra retratar o Ronaldo Fraga”, conta Bracher.
O primeiro retrato ao vivo da carreira de Bracher foi da pintora russa Katarina Zelentzeff, em 1958. De lá pra cá, o pintor retratou diversos músicos, escritores, poetas, cineastas e personalidades brasileiras e estrangeiras: Vinicius de Moraes, Jorge Amado e Affonso Romano de Sant’Anna (na década de 70), Ferreira Gullar, Oscar Niemeyer, Haroldo de Campos e Darcy Ribeiro (anos 80), Tizuka Yamazaki, Ney Matogrosso, Milton Nascimento e Belchior (década 90), Chico Buarque, Maria Bethânia, Bibi Ferreira, Leonardo Boff, Samuel Rosa, José Celso Martinez Corrêa, Lô Borges, João Cândido Portinari, Tony Bennett (a partir dos anos 2000), entre muitos outros.
Bracher e Ronaldo não se conhecem pessoalmente, mas, segundo o estilista, a obra do pintor é tão grandiosa, já fala tanto dele, que é como se o conhecesse. “Quem tem uma obra como a do Bracher, acaba sendo, talvez, até mais forte que o criador, e isso deve ser levado como um elogio porque não é pra qualquer um. Vai ser uma honra ser retratado por ele porque obviamente é mais que um retrato. É como o artista te vê. Vou estar frente a frente com criador e criatura. Vai ser fascinante e estou muito ansioso por fazer parte do panteão dos pintados por Bracher”, revela Fraga.
A realização da pintura dura cerca de uma hora. Primeiro, é feito um estudo em carvão sobre tela, depois, Bracher cobre os traços com suas pinceladas fortes, sempre ao som de música alta. Beethoven, Brahms e Bach estão entre seus compositores favoritos e suas músicas são frequentemente tocadas durante a pintura ao vivo. “Vi algumas imagens de Bracher pintando outros artistas lá em Ouro Preto com uma plateia. É fascinante! Mas, com a tecnologia, a gente amplifica o público. Pode chegar na casa das pessoas do outro lado do mundo”, contemporiza o estilista diante dos novos formatos artísticos criados perante a pandemia.
O projeto Ateliê Casa Bracher (www.ateliecasabracher.com) foi lançado em 19 dezembro de 2020, data do aniversário de 80 anos de Carlos Bracher. Pela primeira vez, mais de 150 obras da coleção pessoal do casal de artistas Carlos e Fani Bracher estão disponíveis online em site, tour virtual e redes sociais. O acervo fica localizado anexo ao casarão onde ambos residem há cinco décadas, em Ouro Preto. Uma série de eventos com a participação dos artistas e de convidados acontecerá no site e nas redes sociais do Ateliê durante este ano.
O TOUR VIRTUAL
Através de tour virtual no Ateliê Casa Bracher, o público tem uma visualização em 360° dos ambientes do sobrado colonial, construído há mais de 200 anos, localizado no centro histórico de Ouro Preto (Cidade Patrimônio Cultural da Humanidade) e pode apreciar, em detalhes, mais de 150 obras do casal, que traçam a trajetória de cada um desde o início da carreira. Ao clicar nas obras, é possível acessar conteúdos variados – fotos, vídeos e textos informativos.
No térreo da casa, estão obras de Carlos Bracher, artista brasileiro que mais fez mostras individuais fora do país. Foram selecionadas 38 telas representativas de todas as suas fases: paisagens; retratos (os de Pino Solanas, Affonso Romano de Sant'anna e Leonardo Boff são alguns deles); autorretratos (que vão desde o início da carreira até os mais recentes, feitos durante o confinamento); além de pinturas com motivos marinhos e flores.
O acervo conta ainda com obras representativas de suas renomadas séries temáticas: “Homenagem a Van Gogh” (1990), feita no centenário da morte do pintor holandês com exposições nas Américas, Europa e Ásia; “Do Ouro ao Aço” (1992), sobre a siderurgia em Minas Gerais; “Brasília” (2006/2007), homenagem a Juscelino Kubistchek e Niemeyer; “Petrobras” (2012), uma ótica artística sobre o universo industrial do petróleo; e “Tributo a Aleijadinho” (2014), releitura contemporânea sobre a obra do grande mestre do Barroco em homenagem aos 200 anos de sua morte.
No segundo andar e no subsolo, localizam-se as obras de Fani Bracher das quais 85 delas serão exibidas no tour virtual. São óleos, objetos, mobiliário, panos, bordados, colchas, desenhos, figurinos de teatro, além de suas fases temáticas: “Paisagens”, “Mineração”, “Flores”, “Ossos”, “Pedras” e “Setas”. Também estão os pigmentos in natura usados na série “De Pigmentos e Pedras”, criada durante a pandemia.
Na reserva técnica, estão localizadas mais de 450 obras de Carlos Bracher. O acervo é coordenado pela jornalista e documentarista Blima Bracher, filha do casal, que há uma década se dedica à organização, catalogação e preservação da obra dos artistas. Nesse sentido, o projeto Ateliê Casa Bracher representa não só um canal para a difusão artística como também ferramenta para a continuidade da documentação digital deste valioso arquivo que, pela primeira vez, está sendo disponibilizado na internet.
Ao longo de 2021, o site terá uma programação com atividades artísticas e bate-papos ao vivo, sempre uma vez por mês. Entre os eventos com Carlos Bracher, estão previstos, além da pintura do retrato ao vivo, palestras sobre arte e pintura, exibição dos filmes “Âncoras aos Céus” e “Ouro Preto Olhar Poético” (ambos de Blima Bracher), seguidos de conversa com o pintor. Fani Bracher falará sobre seu processo criativo e como foram feitas as pinturas dos grandes painéis em afresco, com 2km de extensão, em Piau, na Zona da Mata mineira.
SOBRE CARLOS E FANI BRACHER
Mineiro de Juiz de Fora e descendente de suíços, Carlos Bracher nasce em 1940, fruto de uma família de artistas. Autodidata, fez sua primeira exposição na cidade natal em 1960, com seus irmãos Nívea e Décio, também pintores. Em 1964, em temporada de viagens para estudos artísticos com Nívea, Carlos descobre Ouro Preto, cidade que elege para viver e retratar. Com apenas 27 anos, ganha o disputado “Prêmio de Viagem ao Exterior” – concedido pelo Salão Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro e considerado láurea máxima a um pintor brasileiro. Casa-se com Fani Bracher e partem juntos para dois anos de residência na Europa. Em viagens de estudos artísticos vão a Lisboa, São Petersburgo e Moscou.
Em 1980, Bracher foi um dos escolhidos para o importante “Prêmio Hilton de Pintura” como um dos artistas que mais se destacaram na década de 70 (ao lado de João Câmara, Siron Franco, Tomie Ohtake e outros). Intitulada “Pintura Sempre” e com curadoria de Olívio Tavares de Araújo, sua primeira retrospectiva ocorreu em 1989, ocupando em temporadas, significativos espaços de cultura em sete capitais do país. Realizou grandes séries de pinturas: “Do Ouro ao Aço”, “Brasília”, “Petrobras” e “Tributo a Aleijadinho”.
Entre 2014, a mostra “Bracher – Pintura & Permanência” percorreu as quatro unidades do CCBB (Rio, São Paulo, Brasília e BH). No CCBB de Belo Horizonte, a mostra bateu recorde de público de um artista nacional, recebendo ao todo quase 600 mil visitantes. A exposição foi contemplada com Destaque Especial no Prêmio Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA) – 2015. Sobre seu trabalho já foram publicados sete livros e realizados dezenas de filmes e documentários. Bracher é um dos artistas brasileiros mais citados em publicações de pintura no país.
Fani Bracher nasceu na Fazenda Experimental em Coronel Pacheco, Minas Gerais. Graduada em jornalismo pela UFJF. Em 1968 casa-se com o artista Carlos Bracher e juntos viajam para a Europa, onde residem por dois anos. Em Portugal, fez cursos de história da arte com os críticos José Augusto França e Mário Gonçalves. Frequentou o atelier do pintor Almada Negreiros. Na cidade do Porto, conheceu a obra de Amadeu de Souza Cardoso. Depois de Portugal, partiu em viagem de estudos pelos Museus da Dinamarca, Suécia, Finlândia, Rússia, Alemanha, Holanda, Bélgica e Inglaterra.
Fixou residência em Paris de agosto de 1969 a dezembro de 1970. Ainda na capital francesa, participou ativamente do "Centro de Artes para estudantes e artistas americanos". De volta ao Brasil, estabeleceu-se em Ouro Preto, onde começa a pintar em 1973. A partir desta data, participou de várias exposições em museus, centros culturais e galerias de arte no Brasil e no Japão. Realizou 30 exposições individuais em cidades brasileiras e também no Uruguai, Argentina, Peru, Colômbia, Guiana Francesa, Jamaica e França. Sobre sua obra escreveram vários críticos, como Celma Alvim, Rubem Braga, Wilson Coutinho, Roberto Pontual, George Racs, Ferreira Gullar, Flávio de Aquino, Walmir Ayala, Walter Sebastião, Marcelo Castilho Avellar, Frederico Moraes e Ângelo Oswaldo de Araújo Santos.
Ganhou 14 prêmios de pintura e tem seus trabalhos incluídos em 34 livros de arte. O livro “Fani Bracher”, de Frederico e Ronald Polito (editora Salamandra Consultoria e Editora SA) obteve o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e o V Prêmio Fernando Pini de Excelência Gráfica, como “Melhor Livro de Arte”. Tem ainda publicado o livro “Fani Bracher”, (C/Arte Editora), de autoria de José Alberto Pinho Neves.
FICHA TÉCNICA
Artistas:
Carlos Bracher
Fani Bracher
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