A 20ª edição do Festival Mundial de Circo acontece, pela primeira vez, no formato online, de 16 a 25 de julho
No ano em que completa quase duas décadas, um dos principais festivais internacionais de circo contemporâneo reúne toda sua programação na plataforma digital www.festivalmundialdecirco.com
Respeitável público, o Circo está no ar! De 16 a 25 de julho é realizada a 20ª edição do Festival Mundial de Circo, pela primeira vez, no formato digital. A programação conta com 24 trabalhos de artistas originários do Brasil, Canadá, Espanha, França, Holanda e Uruguai - entre espetáculos e cenas circenses, além de diálogos em rede, exposição, oficinas e documentários. Para a noite de abertura (16, sexta-feira), a partir das 18h, está prevista a estreia do espetáculo “Cine Circo – Noite enluarada entre Ruínas”, produzido pelo próprio Festival, com direção virtual do catalão Cisco Aznar e participações de artistas brasileiros e uruguaios.
O público tem acesso gratuito a todas as atividades do Festival pelo endereço www.festivalmundialdecirco.com
“O circo é uma arte viva, cênica, do ali e agora, que historicamente sempre dependeu do público para acontecer. Depois de 19 anos realizando um festival com uma estrutura presencial – logística e grandes espaços que o circo exige -, a gente se vê com esse desafio nas mãos: fazer um evento que de fato possa alcançar as pessoas de forma online”, explica Fernanda Vidigal, idealizadora e coordenadora do Festival Mundial de Circo.
O primeiro passo para mergulhar no digital foi investir numa plataforma diferente. Em vez de um site comum, onde o público encontra informações sobre a programação, nesta edição, a proposta foi transportar a atmosfera mágica do circo para o ambiente virtual, dando, ao espectador, a sensação de ser remetido ‘para dentro do picadeiro’. “O circo está no ar. Já que estamos no ar, nas redes, vamos colocá-lo também suspenso, acima das nossas cabeças, para gente se lembrar que a arte estará sempre ali. É só esticar a mão e pegar ou ter acesso pela rede”, explica.
A estrutura da plataforma foi desenhada pelo diretor audiovisual e artista plástico Conrado Almada. Com alguns cliques, o espectador entra numa espécie de ‘cidade circense flutuante’, com lonas, balões e dirigíveis. Do conforto de casa, o público poderá navegar e vivenciar experiências em ambientes diversos: Lona Espetáculos (com espetáculos e cenas para o púbico adulto e infantil), Cine-Circo, Globo da Morte, Ações Formativas, Exposição e Documentários. “Por exemplo, você clica em Globo da Morte e experimenta a sensação de estar dentro daquela estrutura de metal circular, com motociclistas dando voltas completas. Acredito que mesmo no digital, a arte tem o poder de transformar o cotidiano e criar espaços de identificação com o público, de aconchego, emoção e alegria”, afirma Fernanda Vidigal.
Neste ano, o Festival recebeu cerca de 700 propostas, do Brasil e de várias partes do mundo. Foram selecionados 24 trabalhos, de média a curta duração - muitos deles criados em contexto de pandemia -, e que trazem um panorama da produção contemporânea circense brasileira e mundial, com diversidade de estética, estilo e técnicas da arte do circo, como o trapézio, o malabarismo, o tecido, o contorcionismo, o bambolê, a palhaçaria, o ilusionismo, entre outras. “Outro critério adotado foi a qualidade do trabalho apresentado. Não bastava ter o número circense gravado em vídeo. A proposta que se preocupou em considerar a linguagem audiovisual, teve prioridade na escolha”, explica.
O vídeo-circo “Noite enluarada entre Ruínas” - direção de Cisco Aznar (Catalunha) - faz estreia nacional abrindo a programação do evento, e cumprindo uma característica do Festival Mundial de Circo que, desde 2006, realiza a coprodução de produções em que artistas e diretores são convidados a trabalharem juntos em uma montagem inédita. Durante três semanas, com ajuda das plataformas digitais, o artista catalão Cisco Aznar dirigiu os palhaços brasileiros Rafael Protzner, Ciro Ítalo e Carol Cony (Brasil) e o grupo Coletivo Pulsa (Uruguai). O resultado desse trabalho poderá ser visto a partir do dia 16 de julho. “O público pode esperar um cabaré povoado por palhaços celestiais, excêntricos e poetas loucos”, garante a coordenadora.
Durante a programação, as obras apresentadas passeiam por temáticas contemporâneas distintas, como gênero, relações amorosas, dilemas do ofício, os desafios da comunicação e as novas tecnologias, a solidão humana e o isolamento social em contexto de pandemia. A Mostra de Cenas Circenses traz ao todo 22 trabalhos nacionais e internacionais, divididos em 06 mostras inéditas, sendo 04 adultas e 2 infantis). Além disso, importantes artistas da cena local de BH e Minas também apresentam as Mostras direcionadas ao público adulto de forma lúdica e divertida
E para encerrar as apresentações do festival, nos dias 24 e 25 de julho, destaque para “Em Panne” do grupo canadense “Os Sete Dedos da Mão”. Referência na cena circense contemporânea, o coletivo é formado por artistas que vieram do Circo de Soleil. O espetáculo fala de um futuro próximo em que teatros esvaziaram e recursos não existe mais: artistas são forçados a se reunir em segredo em vastos espaços abandonados. “Todo feito durante pandemia, o trabalho é muito poético e providencial para o momento”, afirma Fernanda Vidigal.
Além dos espetáculos e cenas, os diálogos em rede colocam no centro do picadeiro as questões importantes do segmento, como o mercado de trabalho, a criação artística, a falta de política pública para o circo, entre outras. Entre as oficinas previstas, estão “O Balão Torcido”, da Escola Internacional de Palhaço, com Chacovachi e Maku Fanchulini, direcionada a palhaços e artistas em geral, e “Produção e Gestão Cultural”, com o produtor e gestor cultural Rômulo Avelar, direcionada a artistas e grupos circenses. As oficinas são gratuitas, com inscrição prévia entre 25 de junho e 09 de julho, pelo site do www.festivalmundialdecirco.
Ao longo de duas décadas, o festival construiu um público cativo nas redes sociais. Segundo a coordenadora Fernanda Vidigal, uma edição toda online é uma oportunidade para trazer novas plateias, mesmo no pós-pandemia. “Depois que gente voltar a fazer ações presenciais, certamente vamos continuar com parte da programação no virtual, porque você acaba ampliando o seu público. Imagina: um festival que acontece em BH e interior de Minas, pode ser acessado de qualquer lugar do país e do mundo”. Mas Fernanda pondera que é um público diferente. “Vamos pensar que estamos no Brasil e que o acesso à internet não é para a maioria da população. E nosso festival tem uma prática, há anos, de eventos em ruas, praças e periferias”.
A 20ª edição do Festival Mundial de Circo é realizado com os benefícios da Lei Federal de Incentivo à Cultura e da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte. Patrocínio: Rede Materdei, Banco CNH Industrial, New Holland Construction e Ápia. Apoio: Buerau Quebec e Galpão Cine Horto. Realização: Agentz Produções Culturais e CIRC – Centro de Intercâmbio e Referência Cultural.
SERVIÇO
FESTIVAL MUNDIAL DE CIRCO (20ª edição)
=16 a 25 de julho=
Espetáculos e cenas circenses, diálogos em rede, exposição, oficinas e documentários
Acesso gratuito à programação pela plataforma www.festivalmundialdecirco.
*Para assistir aos espetáculos basta clicar em ícone “bilheteria” e fazer um cadastro simples
(e-mail e criação de uma senha). Para acesso ao restante da programação não é necessário cadastro.
Link para fotos e vídeos: https://drive.google.com/
20º Festival Mundial de Circo
O CIRCO ESTÁ NO AR
WWW.FESTIVALMUNDIALDECIRCO.COM.BR
PROGRAMAÇÃO
CINE CIRCO: “NOITE ENLUARADA ENTRE RUINAS”
Direção: Cisco Aznar (Espanha)
Dias e horários: De 16 a 25 de julho. Dia 16/07 disponível a partir das 18h. De 17 a 25 de julho disponível em qualquer horário.
Ícone na plataforma: Cine Circo
O objetivo deste projeto-laboratório foi potenciar o realizador de “circo-filme” que cada um dos artistas convidados possui. Para tal, o circo foi trabalhado a partir de uma abordagem essencialmente visual. O objetivo era produzir e criar um ato poético tão ligado à câmara e à montagem que não pudesse ser interpretado, como um todo, em qualquer lugar, exceto aqui.
O ponto de partida deste ritual, ou jogo de padrões, era fornecer elementos que orientassem a investigação e provocassem o máximo de reações criativas nos participantes. Com este objetivo em mente, o diretor Cisco Aznar forneceu temas, exercícios, leituras e referências cinematográficas, mantendo, ao mesmo tempo, conversas interativas com os residentes.
Durante três (03) semanas trabalharam intensamente com recursos simples, diálogo fluido e intercâmbio constante, a fim de exercer o ato criativo, mesmo com as limitações de mobilidade geradas pela pandemia do COVID-19, até chegarmos à edição final.
"NOITE ENLUARADA ENTRE RUÍNAS" é o resultado desta experiência criativa do Cine-Circo-Pandêmico: um cabaré povoado por palhaços celestiais, excêntricos e poetas loucos que é apresentado nesta lona virtual para hipnotizar e enfeitiçar o público.
Com: Coletivo Pulsa (Uruguai), Rafael Protzner, Ciro Ítalo e Carol Cony (Brasil). Direção: Cisco Aznar. Edição: Leo Tafuri. Música: Luca Musy. Sobre Cisco Aznar:
Cisco Aznar é formado pela Escola de Arte Dramática e Coreográfica de Barcelona (Institut del Teatre). Completou a sua formação acadêmica na École-Atelier Rudra Béjart Lausanne e no Instituto José Limón em Nova Iorque.
Dirigiu e coreografou óperas, adaptou ballets e criou mais de 16 espetáculos transdisciplinares tanto para a sua companhia como para outras instituições. Os seus trabalhos foram apresentados, entre outros, nos seguintes festivais e teatros: Théâtre National de Chaillot-Paris, Esplanade Theater-Singapore, Auditorium de Dijon, Théâtre de Vidy-Lausanne, Grand Théâtre de Genève, Folkoperan-Stockholm, Maison de la Danse-Lyon, Escena Contemporánea-Madrid, Expo Universelle-Shanghai, Opéra de Lausanne, Teatro Arriaga-Bilbao, Festival Grec-Barcelona, Festival de São Paulo, Festival Virginia Woolf-London, FILO-Londrina, FIT-BH.
Há alguns anos tem dedicado a maior parte dos seus conhecimentos e energia ao trabalho em projetos sociais e pedagógicos, para ajudar a formar e renovar o compromisso vital de jovens e crianças em diferentes partes do mundo.
MOSTRAS DE CENAS CIRCENSES
Dezesseis trabalhos nacionais e internacionais foram selecionados e divididos em quatro Mostras de Cenas Circenses. Participam ainda artistas de Belo Horizonte que apresentam ao público os trabalhos circenses contemplados. O resultado é uma Mostra dinâmica, divertida e cheia de surpresas
.- Mostra 1 de Cenas Circenses
Dias e Horários: 16 e 17 de julho (Sexta-feira e sábado) disponível das 18h às 24h.
Ícone na plataforma: Espetáculos
Artistas brasileiros e canadenses irão apresentar trabalhos muito diferentes, que utilizam técnicas circenses diversas como o trapézio, o malabarismo, o contorcionismo e o bambolê.
Collectif Cirque H (Canadá) - vídeo: “De amor e de ondas”
"De Amor e de Ondas" é um poema visual filmado durante a pandemia, respeitando as restrições e protocolos de segurança. Uma homenagem à arte viva, à diversidade de gêneros, ao amor em todas as suas formas e, finalmente, às ondas que nos levam a outro lugar, "para o melhor ou para o pior".
Collectif Cirque H foi fundado por David Menes, artista multidisciplinar cujo trabalho se expande de pequenos projetos culturais e performances de rua a produções aclamadas de teatro, ópera e artes circenses em todo o mundo. Desde 2009 é membro da Compagnia Finzi Pasca, uma companhia de teatro acrobático de renome internacional dirigida por Daniele Finzi Pasca.
Coletivo Um Café da Manhã (Brasil) - vídeo: “Silêncio”.
Releitura de um número circense em formato de curta metragem, que traz o olhar dos artistas sobre os efeitos do isolamento no contexto da pandemia do novo Coronavírus. Separados em diversos lugares do Mundo, os integrantes do Coletivo trocaram relatos e manifestaram seus anseios.
O Coletivo Um Café Da Manhã, sediado em São Paulo desde 2011, é um grupo formado por artistas provenientes de universos distintos do universo circense (cinema, teatro, música e artes plásticas), que tem como foco pesquisar o trabalho físico de seus artistas, seus corpos e seus movimentos no espaço, criando uma dramaturgia com suporte de t&eacu