Sempre que vejo o Gélcio, em calma obsequiosa pelas ruas de Ouro Preto, eu sei que ali se constrói a arte. Conheço-lhe as tramas. Ele é sempre um fino mutante. O que para mim é positivo.
Vi dele seis telas na internet, depois de dezenas ao vivo, e posso descrevê-las como de elevada qualidade. Cores fortes muitas vezes, com grafismos e abstrações que me lembram os tapetes da Semana Santa. Figurativas, outras, postas lado a lado com um presépio, resultado da ligação permanente dele com as festas sacras.
Uma tela estranha me tocou, por me sugerir uma casa-caixa de presos. Mas as estranhezas percorrem sempre esta arte. Tudo a merecer a mais íntegra atenção na diversidade das abordagens. Mais: ele soa sempre desinteressado nas mesquinharias do sucesso. Em toda a arte de Gélcio eu vejo os rastros de Ouro Preto.
Daí desejo a ele o casario, a montanha e o perigo da invenção. Sugiro que fará bem a todos conhecer esta arte.
Romério Rômulo, janeiro/2022.
A abertura da mostra, com a presença do artista, acontece no dia 10 de janeiro, segunda-feira, de 13h às 18h.
A mostra fica em cartaz no Salão de Exposições até o dia 10 de fevereiro, com visitação de terça a domingo, de 13h às 19h. A entrada é franca.
Nota: Para acesso ao Salão de Exposições, serão obrigatórios aferição de temperatura e uso de máscaras. O distanciamento social também deverá ser observado. A visitação aos demais ambientes permanece suspensa. Em breve o Museu será reaberto.