Em seus muitos anos de carreira – “mais de 50...”, segundo ele - Jonas Bloch foi responsável por tornar reais muitos personagens no cinema, teatro e tv. O que pouca gente sabe, é que, paralela à sua formação de ator, ele cursou a Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro e na UFMG, em Belo Horizonte. Neste momento finaliza os preparativos para sua exposição “Provocações”, de desenhos e esculturas, que acontecerá a partir do dia 13 de abril, na Casa Alphonsus, rua São José 165, em Ouro Preto.
A última exposição de Jonas Bloch foi em Portugal, na R. Rodney Gallery. Essa outra face artística, mesmo sendo quase que secreta, nunca deixou de fazer parte de sua vida. Desenhar, esculpir, pintar, são coisas de seu cotidiano. Ele tem um atelier em Lavras Novas, distrito de Ouro Preto, que será aberto ao público em breve.
Em seus desenhos, Jonas utiliza o nanquim, aquarela e o pastel. Algumas esculturas também fazem parte da exposição. Os temas dos trabalhos são variados, com algumas incursões no surrealismo, o que denota um artista em constante pesquisa, ousando viajar por outros universos. Eis seu depoimento:
“Sempre me surpreendo com os comentários que ouço de pessoas que estão observando meus trabalhos. São sentimentos e imagens que pertencem mais ao espectador do que a mim. Isso confirma minha ideia de que a arte tem o poder de romper as barreiras do comportamento programado, os padrões culturais estabelecidos e traz as pessoas para o contato com a sua individualidade, o que há de mais íntimo e mais livre em suas vidas, isso é libertador. O meu trabalho tem sua base no inconsciente, numa tentativa gráfica de expor ideias, sensações, sentimentos, compartilhando algo que está fora do cotidiano. O pensamento conservador tem medo do novo, mas não teríamos tantos avanços na ciência, por exemplo, se não houvesse alguém que pesquisasse, questionando o que está estabelecido. A arte tem o papel de sugerir o novo, de registrar a história sob uma nova ótica. A “Semana de arte moderna” é um exemplo do que digo. Causou impacto, por ter tido a audácia de apresentar o inusitado, revelando novas formas e cores, uma visão de um Brasil mais autêntico.
Um país com tantas mentiras, preconceitos e comportamentos corrompidos, só se tornará melhor se estimularmos a humanidade das pessoas, e a arte faz parte desse processo.
Quanto ao meu trabalho, prefiro continuar deixando nas mãos de quem os observa, as impressões sobre ele. E como diz nosso querido poeta Carlos Drummond: “Se meu verso não deu certo, foi seu ouvido que entortou”.
Serviço:
Exposição Provocações, de Jonas Bloch
Desenhos e esculturas
A partir de 14 de abril
Na Galeria Casa Alphonsus (rua São José, 156 – Centro – Ouro Preto/MG)
Visitação de segunda a domingo, das 10h às 19h
Entrada franca.