A Igreja de Bom Jesus de Matosinhos e são Miguel e Almas, no Bairro das Cabeças, contígua ao Colégio Arquidiocesana, é tombada pelo IIPHAN desde 1939 “por seu valor histórico e artístico, exemplar do barroco colonial mineiro do século XVIII”. Parecer do IPHAN aponta 1778 como data de conclusão da construção e informa que a escultura do Arcanjo São Miguel, exposto em nicho no frontispício da Igreja, é de autoria de Antônio Francisco Lisboa, Aleijadinho, como também lhe atribui o desenho da portada, conforme várias fontes documentais. Atribui também a Aleijadinho a elaboração do painel ‘Almas do Purgatório”, que fecha o arco superior da porta. A Igreja realizou, por muitos anos, uma famosa romaria em homenagem a Boa Jesus de Matosinhos, devoção muito festejada em varias cidades históricas mineiras.
Infelizmente, por abandono e descaso, esta peça, bastante conhecida e citada nos livros de arquitetura e do Barroco Colonial Mineiro, preste de ruir. Já apresentava, há bastante tempo, sinais de instabilidade, com uma rachadura vertical. É uma perda para o patrimônio cultural mineiro e ouro-pretano. É preciso verificar se pode ser restaurada.
A Igreja, bastante deteriorada, está fechada a mais de 8 anos. E aguarda providências de restauro e proteção.
É Propriedade da Cúria de Mariana mas cabe ao IPHAN, por obrigação legal, fiscalizar a manutenção do bem tombado quanto à sua preservação e conservação. Parte da responsabilidade cabe também à Prefeitura, guardiã maior do patrimônio cultural da cidade, que deve indicar, denunciar, solicitar providências e até ir à Justiça para exigir a preservação de bens que, afinal, pertencente a cidade e aos seus cidadãos. Cabe também à Irmandade fiscalizar, cobrar e denunciar a deterioração do monumento.
Mauro Werkema