Ontem foi uma noite histórica. Há muito, não saía pra noite ouropretana e não podia deixar de fazer essa imagem que já rodeava minha cabeça mesmo antes do primeiro anúncio do fechamento do “Bar das Coxinhas”. Tem aí uma homenagem a todas histórias, lamentações, brindes, dores de cotovelo, pingas com mel, amizades, namoros, coxinhas...
Estão ausentes alguns amigos barroquianos ilustres como o assíduo Rodney Maia, o digníssimo Rafael Buda, meu irmão Rafael Godoy, que passou por ali antes de partir, e tantos outros que faziam da ida ao Barroco um certo ritual, indispensável à compreensão da alma ouropretana.
Olhando bem, novamente, estão todos aí: estampados na alegria/emoção de Antônio Barroco, no eco do grito da estudantada + nativos de “Barroco!”, “Barroco!”, “Barroco!”, no rabisco na parede que seguiu madrugada afora e na diversidade luminosa tão rara aos, muitas vezes, “frios” destinos turísticos obrigatórios.
Com o Barroco fecha-se um ciclo, estoura a galopante especulação imobiliária solapando cada marca do que fomos, deixando claro o rumo da cidade, a nova devassa, um novo não lugar.
Resta saber: a rua da lama continua?