Tradição em Mariana, procissão das Almas preserva a cultura da cidade

Hebe Rôla, diretora artística e cultural, define a procissão como uma homenagem à memória do povo marianense

Priscila Ferreira

Fotos: Giovanna de Guzzi

Aos gritos de “vamos rezar uma Ave Maria pelas almas”, tradição e fé se esbarram na Procissão das Almas, lenda urbana da cidade de Mariana. A cada ano a manifestação surpreende  pela simbologia das interpretações e o entusiasmo de seus participantes. Há mais de trinta anos o mito é contado e atrai mais turistas, curiosos e participantes.

Com um sorriso nos lábios, a pedagoga aposentada e criadora do Movimento Renovador de Mariana,  Marlene Maia, relembra a década de 1960, quando deu o início aos estudos dedicados à lenda. Para ela é uma surpresa que a manifestação tenha se tornado uma das mais conhecidas encenações da cidade. Marlene explica que a lenda não tem ligação com a Igreja, sendo folclórica e não católica, mesmo possuindo alguns traços que lembram a fé cristã.

Com o objetivo de preservar a cultura marianense , moradores focam na preservação da identidade da procissão. Pequenas modificações são aceitas, mas sempre preservando as origens, como a banda que mesmo não fazendo parte da lenda inicial, foi aceita contanto que utilizasse roupas típicas da encenação.

A procissão encanta por onde passa, mistura poesia com lembrança, e mesmo para aqueles que não se identificam, se torna objeto para a construção de uma cultura cada vez mais rica e surpreendente.