Produção dos tapetes
Stênio Lima e Giovanna de Guzzi
As ruas de Ouro Preto foram fechadas às 21h do sábado, 19, pela guarda municipal para o início da confecção dos tapetes de serragem que enfeitaram a cidade. A tradição católica vinda de Portugal foi reavivada pela Fundação de Arte de Ouro Preto (FAOP) há 45 anos e, desde então, se tornou um marco no Domingo de Páscoa.
Dividida em dois núcleos principais que se concentraram nos bairros Antônio Dias e Rosário, a construção dos tapetes durou em média cinco horas. Com o material, em sua maior parte doado pela prefeitura, moradores, comerciantes e turistas se organizaram para a realização trabalho.
César Teixeira, chefe de gabinete da FAOP e um dos reponsáveis pela produção e disseminação dessa tradição, afirma que é uma arte que se aprende fazendo e que é um trabalho contínuo de aprendizado, que se aprende de geração em geração. “É algo que faz parte de uma tradição da minha vida, desde criança eu faço os tapetes”.
Já em Mariana, a confecção dos tapetes começou por volta das 7h do domingo, 20. Edinei do Carmo, que faz parte da Associação Marianense de Artes Plásticas (AMAP), diz que as preparações para a fabricação dos tapetes começaram há quase dois meses. Existem 17 artistas plásticos atuantes na cidade, e para a realização do trabalho eles se dividem, fabricam os gabaritos e no Domingo da Ressurreição os tapetes são confeccionados. Assim como em Ouro Preto, os turistas e moradores também podem participar da produção dos tapetes.
Celebrações
Agliene Melquíades e William Vieira
A Paróquia do Pilar celebrou a primeira solenidade do Domingo de Páscoa em Ouro Preto. A missa seguida de procissão foi presidida pelo padre Marcelo Moreira Santiago, às 7h deste domingo, 20. Dezenas de fiéis lotaram a matriz e seu entorno. Após a celebração eucarística, a Procissão da Ressurreição conduziu o Santíssimo Sacramento até a Igreja de Nossa Senhora das Dores. Na chegada, houve a Bênção do Santíssimo e outra celebração. Esta festividade marca a ressurreição de Jesus Cristo para a Igreja Católica.
Sobre a beleza dos tapetes, Fernando Oliveira, 20, acredita que esse momento representa algo além fé, já que não são apenas católicos que participam das cerimônias e dos enfeites das ruas. O morador conta ainda que esta é a terceira vez que frequenta as solenidades e participa da procissão como apóstolo ou outras figuras religiosas.
Apesar da predominância do público católico, outras religiões também compareceram ao evento. Para Maria Sonia Pinho,que mora em Ouro Preto há mais de 20 anos, não ser uma pessoa assídua às celebrações religiosas não a impede de se emocionar com a procissão.Na Semana Santa ela acompanha as ritos e sempre se comove, por serem de grande importância, até mesmo para a auto-estima e união da cidade.
Em Mariana, a celebração acontece às 17h horas na praça dos Ferroviários, presidida pelo Arsebispo Dom Geraldo Lyrio Rocha, seguida de procissão em direção à Igreja da Sé.