O Delírio do Verbo
Após ler toda a obra de Manoel de Barros, Jonas Bloch apaixonou-se pelos textos do autor e selecionou os que melhor se adaptam ao Teatro resultando no espetáculo “O delírio do verbo”.
Criado com a intenção de priorizar as palavras do autor, suficientes para levar a caminhos ainda não desbravados e a repensar o olhar para a vida, descobrir encanto em um universo não habitualmente observado pelo público, o espetáculo tem a ambientação cenográfica inspirada na arte de Arthur Bispo do Rosário que, assim como Manoel de Barros, encontra a beleza nas “insignificâncias”.
A equipe técnica escolhida por Jonas Bloch, premiadíssima, tem a supervisão de Emilio de Mello, também ator que participou da novela “Sete Vidas”, figurinos de Cassio Brasil, música de Alexandre Negreiros e iluminação de Bruno Cerezoli.
Sobre Jonas Bloch
Com mais de cinquenta anos de profissão, Jonas Bloch dividiu sua carreira entre a tv, teatro e cinema, tendo participado de novelas como “Mulheres de areia” e “A viagem”, em filmes como “Amarelo Manga” e “Cabra Cega”, em peças como “Hamlet” e “Sonho de uma noite de verão”, ambas de Shakespeare.
Já atuou em 38 peças de Teatro, 40 filmes, e em 47 produções para tv e é formado, também, em Artes Visuais.
Além de ter trabalhado na tv Globo, nos últimos anos fez parte do elenco fixo da Rede Record. Jonas desligou-se da emissora após a novela “Vitória” e volta agora ao Teatro, atividade que só podia exercer nos períodos de férias das gravações.
Ainda neste ano, o público poderá vê-lo nos filmes “Escaravelho do Diabo”, de Carlo Milani, “Maria da Penha”, de Marcos Schetmann, e “O outro lado do Paraíso”, de André Ristun.
Sobre Manoel de Barros
Dentre vários outros prêmios, Manoel de Barros foi vencedor de dois Jabuti, 1989 e 2002, e em 1998 recebeu do Ministério da Cultura o Prêmio Nacional de Literatura pelo conjunto de sua obra.
Chegou a ser chamado por Carlos Drummond de Andrade de "o maior poeta vivo". Guimarães Rosa, que fez a maior revolução na prosa brasileira, comparou os textos de Manoel a um "doce de coco". Foi também comparado a São Francisco de Assis pelo filólogo Antônio Houaiss, "na humildade diante das coisas. (...) Tenho por sua obra a mais alta admiração e muito amor." Segundo o escritor João Antônio, a poesia de Manoel vai além: "Tem a força de um estampido em surdina. Carrega a alegria do choro." Millôr Fernandes afirmou que a obra do poeta é "única, inaugural, apogeu do chão." Geraldo Carneiro afirma: "Viva Manoel violeur d'amores violador da última flor do Lacio, inculta e bela. Desde Guimarães Rosa a nossa língua não se submete a tamanha instabilidade semântica".
O poeta que em vida teve 31 livros publicados, o primeiro “Poemas concebidos sem pecado” em 1937, faleceu aos 97 anos de idade em novembro de 2014.
Jonas Bloch sobre Manoel de Barros
“Ao mesmo tempo sofisticado e popular, Manoel de Barros nos revela encantos da natureza, nos transporta às suas reminiscências, numa linguagem elaborada, fascinante, inovadora e cheia de humor.
Em seus livros, tão premiados e traduzidos em vários países, ele nos apresenta um novo olhar sobre o mundo ao abordar o encanto das pequenas coisas, sua magia, e descortina para nós um universo surpreendente numa generosa intervenção em nosso cotidiano, mecanizado pelos rituais da realidade urbana. Manoel de Barros nos convida a refletir o que somos e a visitar o sentido mais simples e encantador da vida.”
Foto divulgação: Crédito Decio Daniel
Serviço:
O delírio do Verbo
O Espaço Graal, em Lavras Novas, onde o espetáculo será apresentado no sábado e 13/6/15